MUDANÇAS NA LÍNGUA PORTUGUESA

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               Este é um assunto que vem causando dificuldades entre os alunos e discussões entre os entendidos. Principalmente sobre os motivos de tais mudanças e da maneira como foram feitas. Por exemplo:
                - Por que eliminar o pobrezinho do trema, com o qual já estávamos acostumados,  e deixar o coitado do pinguim sem nenhuma proteção na cabeça lá naquele frio danado? Sem falar na linguiça, que perdeu um pouco do sabor sem o trema!
               - Por que manter o acento no éi, éu e ói das oxítonas  e retirá-lo das paroxítonas? O que incomoda aquele a final da ideia e da joia, por exemplo! Eu, particularmente, ainda tenho um certo arrepio,  quando deparo com uma palavra com estes ditongos sem acentos.  Sem falar nos alfabetizadores, que precisam ensinar que se pronuncia  meia com e fechado e ideia com e aberto, mas não se usa nada para diferenciar na escrita? Ou que o herói tem acento, mas o heroico não?
               - Para que manter alguns acentos diferenciais ( pôr. têm, vêm, pôde...) e tirar de outros ( para, pera, polo...) ?  Se era para tirar, tirassem de todos, seria mais fácil e lógico!
               Haveria mudanças mais significativas a serem feitas, como regularizar o erro cometido pela maioria dos falantes na pronúncia da palavra gratuito. Poucos são os que a pronunciam corretamente: gra-tui-to = ditongo, pois a maioria insiste em falar erradamente: gra-tu-i-to = hiato. O lógico, após tantos anos de erro, seria legitimar o hiato, colocando acento agudo no i, e nós, amantes do bom Português, ficaríamos mais descansados ao ouvi-lo. E aproveitariam para incluir os intuito, fortuito, circuito, fluido... que padecem pelo mesmo problema.
              Isto sem falar nas várias grafias de um mesmo fonema, como o /z/, por exemplo, que pode ser representado por s, z, e x (casa, azar, exame...). Pior ainda é o caso do fonema /s/, que aparece escrito com s, c, x, z, ç, ss, sc, sç, xc, xs (português, cedo, explodir, aridez, caça, massa, descer, cresça, exceto, esxudar). Isto dá um nó na cabeça de qualquer aluno! Tais dificuldades é que poderiam ser analisadas pelos senhores filólogos, gramáticos e outros envolvidos no assunto, e tomadas medidas de simplificação da representação gráfica dos fonemas, o que viria a facilitar enormemente a vida de professores e alunos, os quais ficariam imensamente gratos.
                Essa desculpa de unificar o Português de todos os países que o usam é tolice. Se quisermos ler um autor de Portugal, procuremos um livro em edição brasileira. Jornais e revistas, pior ainda: com tantos nacionais, quem vai se preocupar em ler  os de Portugal, de Moçambique, de Cabo Verde...? E viajar para tais lugares, quem iria, a não ser alguns poucos abonados?
               Não que eu seja favorável a criar caso com Portugal  e outros países que usem a mesma língua nossa (Em termos, pois cada um possui suas variantes locais!), mas um país como o Brasil, com sua imensidão territorial permeada por inúmeras influências linguísticas das correntes imigratórias, precisaria criar uma Gramática Portuguesa Brasileira, que atendesse às necessidades dos seus falantes e a um número gigantesco de alunos e professores do nosso Sistema Educacional.
Ninguém pode negar que o Português falado no Brasil apresenta inúmeras diferenças do praticado em Portugal e nos demais países que o falam!  Então, deixem de lado os “considerandos” e os “entretantos”, senhores acadêmicos, e tomem uma atitude em prol dos estudantes, uma vez que a escrita neste país está ficando cada vez pior. Vamos facilitar a vida de quem escreve!

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