A PARTIR DAQUI SERÃO ABORDADOS ASPECTOS E AUTORES
QUE NÃO APARECERAM NAS QUESTÕES DAS PROVAS
ACIMA ANALISADAS.
I – QUINHENTISMO (1500 – 1601)
1) Literatura de Informação
I – QUINHENTISMO (1500 – 1601)
1) Literatura de Informação
1.CONTEXTO
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• Ciclo das
grandes navegações portuguesas.
. Descoberta
e colonização do Brasil (1500-1600).
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2.MARCO INICIAL
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. A Carta de Pero Vaz de Caminha (1500). Características:
a) Linguagem
— observação, lirismo, descrição, senso de humor,
simpatia pelos indígenas;
b) Assunto — notícia da descoberta e dos
primeiros contatos com a nova terra e
seus habitantes;
e) Ideologia
— objetivos mercantilistas e expansão do Catolicismo.
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3.OUTRAS OBRAS
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. Diário de
navegação, escrito por Pero Lopes de Sousa; roteiro da expedição de Martim
Afonso de Portugal ao Brasil.
. História
da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil, escrita por
Peso de Magalhães Gandavo; primeira história do Brasil.
.Tratado
descritivo do Brasil, escrito por Gabriel Soares de Sonsa; obra mais completa
sobre o Brasil do século XVI.
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4.CARACTERÍSTI-
CAS
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. Não se
trata de obras artísticas (poesia/romance), mas de diferentes tipos de
documentos sobre o Brasil e seus habitantes (história, geografia, etnografia,
flora, fauna, clima...).
. Relatos escritos por cronistas viajantes e
missionários.
.
Deslumbramento do português pela terra = sentimento nativista, ufanista -
gênese do sentimento nacionalista (marca constante da Literatura Brasileira;
cf. Romantismo, Modernismo).
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2) Literatura dos Jesuítas
1.CARACTERÍSTI-
CAS
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• Produzem
sobretudo Cartas, Relatórios, Anuários, contendo informes detalhados sobre o
Brasil de então: a terra, seus habitantes, a vida dos colonos, a catequese,
etc.
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2.AUTORES
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• Pe.
Manuel da Nóbrega —" Diálogo sobre a conversão do gentio “(obra de
caráter literário).
• Pe. Fernão Cardim — “Tratados da Terra e Gente do Brasil”
(linguagem bem-humorada, admirativa e simpática em relação ao indígena e à
terra).
• Pe. José de Anchieta — Poeta e
teatrólogo (oito autos); principal figura literária do Quinhentismo. Teatro:
alegorias que representam a luta entre o Bem e o Mal, com evidente vitória do
primeiro, onde aparecem santos, a Virgem, em meio aos outros personagens.
Poesia: tanto influência medieval como influência renascentista. Autor do
poema “De Beata Vigine Maria Mater Dei”., escrito nas areias da praias de
Iperoig, em Ubatuba,São Paulo. Em 2014 , o Papa declarou o Pe. Anchieta como
Santo, portanto agora ele é São José de Anchieta.
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II – BARROCO (1601 – 1768)
1.CONTEXTO
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•
Renascimento e a Reforma de Lutero. A Contrarreforma da Igreja
Católica (Concílio de Trento; Companhia de
Jesus = padres jesuítas).
. Séculos XV e XVI.
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2.MARCO INICIAL
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• Prosopopeia (1601) — poema épico de Bento Teixeira, tendo por assunto os feitos militares de Jorge de
Albuquerque.
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3.AUTORES
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• Gregório de Matos Guerra, poeta
baiano. Produziu poesia satírica, pornográfica, amorosa, filosófica e
religiosa Através sobretudo de sua
poesia satírica, traça um painel do Brasil Colônia de então. Incorpora
características da linguagem popular. Na poesia amorosa: descrição
idealizante da amada, convite ao prazer amoroso. Na poesia religiosa: homem
pecador X Deus salvador. Nos seus poemas satíricos, usava uma linguagem tão
rude para ofender seus adversários, que recebeu o apelido de “Boca do
Inferno”.
• Pe. Antônio Vieira, português de
nascimento. Orador sacro famoso: cerca de 200 Sermões. Tendência conceptista
de estilo. Grande domínio da língua portuguesa. Além dos temas religiosos,
demonstrou preocupação com assuntos sociais, políticos e econômicos de seu
tempo. Sermão da Sexagésima: aponta as três causas possíveis pelo
fraco efeito das pregações: o próprio pregador, o ouvinte e Deus. Foi um grande
pregador, muito admirado.
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4.-CARACTERÍSTI-
CAS
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• Estética do conflito, pela
confluência de valores medievais (teocen-trismo) e valores renascentistas
(antropocentrismo).
• Tensão e angústia
existencial.
• Uso abundante de linguagem
figurada: antítese, paradoxo,
fusionismo;
metáfora, hipérbole, repetição, inversão sintá-tica...
• Estilo opulento, todo
retorcido, feito de tensão e contras-tes.
• Tematização da brevidade da
vida e da efemeridade de: tudo: juventude, beleza, poder, riqueza... O famoso
“carpe diem “.
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5.CORRENTES
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• Cultismo: valorização dos aspectos
externos, sensoriais, formais. Exemplo: a poesia de Gregório de Matos Guerra.
• Conceptismo: valorização das ideias,
raciocínios, argumentação; a semântica das palavras. Exemplo: Os sermões do
Pe. Vieira.
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1.
Gregório de Matos
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas
palmas toda picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que
não furtam muito pobres,
E eis aqui a
cidade da Bahia.
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta demência me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado.
A abrandar-vos sobeja um só gemido
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgastada.
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na
vossa ovelha a vossa glória.
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