3º MOMENTO MODERNISTA - A GERAÇÃO DE 1945: POESIA DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO

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1.CONTEXTO 
    HISTÓRICO
No ano de 1945, com o fim da ditadura de Getúlio Vargas, o início da redemocratização brasileira, convocam-se eleições gerais, os candidatos se apresentam, os partidos sã legalizados, sem exceção. Logo depois, inicia-se um novo tempo de perseguições políticas, ilegalidades, exílios.
A literatura brasileira também passa por profundas alterações, surgindo manifestações que representam muitos passos adiante e, outras, um retrocesso. O tempo, excelente crítico literário, encarrega-se da seleção.
2.CARACTERÍSTICAS
A prosa, tanto nos romances como nos contos, segue o caminho dos autores da década de 30, buscando uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva (Clarice Lispector). Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com a produção fantástica de João Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil Central.
Na poesia, ganha corpo uma geração de poetas que se opõe às conquistas e inovações modernistas de 1922. Assim é que, negando a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras “brincadeiras” modernistas, os poetas de 45 se dedicam a uma poesia mais equilibrada e séria, distante do que eles chamam de “primarismo desabonador” de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A preocupação primordial
É o restabelecimento da forma artística e bela, os modelos voltando a ser parnasianistas e simbolistas.
No final dos anos 40, revela-se um dos mais importantes poetas da nossa literatura, não filiado esteticamente a nenhum grupo e aprofundador das experiências modernistas anteriores: João Cabral de Melo Neto. Além dele pode-se citar Ferreira Gullar
         POESIA
JOÃO CABRAL DE
    MELO NETO

João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife (PE), em 1920. Ingressou na carreira diplomática em 1954, servindo na Espanha, França, Inglaterra, Senegal e Paraguai.
Estreou com Pedra do Sono, em 1942, seguido par O Engenheiro. Em 1969, entrou para a Academia Brasileira de Letras, eleito por unanimidade.
A poesia de João Cabral caracteriza-se pela objetividade, pois procura relatar a realidade e O dia a dia. Entretanto ela tem nuances subjetivas - ao apreender a realidade para tentar transformá-la - e, em alguns casos, toques surrealistas.
Melo Neto tem uma grande preocupação com a forma de seus poemas e com a escolha do vocabulário: a palavra deve ter um poder expressivo tão grande que, com poucas delas, se diga muito.
Seus temas: o Nordeste e seus retirantes, suas tradições, seu folclore, seus engenhos; Pernambuco, seu estado, Recife, sua cidade, o rio Capibaribe; as paisagens da Espanha, que ele compara com as paisagens nordestinas.
Versificou ainda sobre a arte de vários pintores, dentre eles a do espanhol Miró e a do pernambucano Vicente do Rego Monteiro; sobre alguns escritores (Drummond e Graciliano Ramos, por exemplo) e sobre alguns craques do futebol brasileiro.
Outras obras: Psicologia da composição, Fábula de Anfion, Antíode, O cão sem plumas, O rio, Duas águas (contém Morte e vida severina, Paisagens com figuras, Uma faca só lâmina), Quaderna, Dois parlamentos, Terceira feira, A educação pela pedra, Poesias completas, Museu de tudo, Sevilha andando.
Sua obra mais conhecida é Morte e Vida Severina (Auto de Natal pernambucano), que já foi tema de minissérie da TV Globo:
Morte e Vida Severina é um belíssimo exemplo de peça literária perfeita, em que forma, conteúdo e linguagem compõem um co junto harmonioso e indissociável. Ao abordar a injusta distribuição de riquezas que caracteriza secularmente a nossa sociedade (com particular ênfase para a questão agrária), João Cabral revira o nosso passado colonial com suas estruturas de herança medieval (concentração da riqueza, grandes propriedades, patriarcalismo, teocentrismo, etc.). Significativa é a caracterização do coronel (como latifundiário, ou remanescente do feudalismo); o "por causa de um coronel/que se chamou Zacarias / e que foi o mais antigo / senhor desta sesmaria ". Temos, assim, uma remissão às origens dos nossos problemas agrários e, mais remotamente, à lusitana lei das sesmarias de D. Fernando, em fins da Idade Média. Por isso mesmo, João Cabral segue o modelo medieval de poesia: constrói um auto (poema narrativo para ser representado, de tradição medieval, forte religiosidade e linguagem popular), com versos curtos e ritmados, que lembra a literatura de cordel.
O auto apresenta várias passagens ou cenas, etapas na longa jornada do retirante Severino, que sai em busca da vida, caminhando em direção ao mar e atravessando as regiões típicas dos estados nordestinos: o Sertão, o Agreste, a Zona da Mata, a cidade litorânea.

             JOÃO  CABRAL  DE  MELO  NETO: A  DEPURAÇÃO  DA  FORMA
    Apresenta em toda a sua obra uma preocupação constante com a estética, com a arquitetura da poesia, construindo palavra sobre palavra, como o engenheiro coloca pedra sobre pedra. É um "poeta-engenheiro, "que constrói uma poesia calculada, racional, num evidente combate ao sentimentalismo choroso. Para isso, utiliza-se de uma linguagem enxuta, concisa, elíptica, que constitui o próprio falar do sertanejo.
    A poesia de João Cabral se caracteriza pela objetividade na constatação da realidade e, em alguns casos, pela tendência ao surrealismo. No nível temático, podemos distinguir em sua poética três grandes preocupações, apresentadas a seguir ..
. O Nordeste com sua gente: os retirantes, suas tradições, seu fol- clore, a herança medieval e os engenhos; de modo muito particu- lar, seu estado natal. Pernambuco,
e sua cidade, o Recife. São objeto de verificação e análise os mocambos, os cemitérios e o rio Capibaribe, que aparece, por mais de uma vez, personificado.
• A Espanha e suas paisagens, em que se destacam os pontos em comum com o Nordeste brasileiro. "Sou um regionalista também na Espanha, onde me considero um sevilhano. Não há que civilizar o mundo, há que “sevilhizar” o mundo", afirma o poeta.
• A Arte e suas várias manifestações: a pintura de Miró, de Picasso e do pernambucano Vi-
cente do Rego Monteiro; a literatura de Paul Valéry, Cesário Verde, Augusto dos Anjos, Graciliano Ramos e Drummond; o futebol de Ademir Meneses e Ademir da Guia; a própria arte poétIca.           

1. "A fala a nível do sertanejo engana: as palavras dele vêm, como rebuçadas (palavras confeito, pílula), na glace de uma entonação lisa, de adocicada. Enquanto que sob ela, dura e endurece o caroço de pedra, a amêndoa pétrea, dessa árvore pedrenta (o sertanejo) incapaz de não se expressar em pedra.

2. Daí porque o sertanejo fala pouco: as palavras de pedra ulceram a boca e no idioma pedra se fala doloroso; o natural desse idioma fala à força. Daí também porque ele fala devagar: tem de pegar as palavras com cuidado, confeitá-las na língua, rebuçá-las; pois torna tempo todo esse trabalho."
                                                                                                           ("O sertanejo falando")

   Para João Cabral, o ato de escrever consiste num trabalho de depuração; as palavras são degustadas e selecionadas pelo seu sabor e peso, não podem boiar à toa:

"Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois joga-se fora oque boiar.             

Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco,"
                                                ("Catar feijão")

    Na obra. "O CÃO SEM PLUMAS", João Cabral de Melo Neto fala sobre o rio CAPIBARIBE, que arrasta. os detritos dos sobrados recifenses. Homem, rio, pele e lama acham-se amalgamados nesta paisagem do rio.     

"Aquele rio
era como um cão sem plumas
Nada sabia da chuva azul ,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,  
dos peixes da água,
da brisa na água . "
Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.
Sabia da lama.
como de uma mucosa.
Devia saber dos polvos.
Sabia seguramente
da mulher febril
que habita as ostras."
   ..........................
“Na paisagem do rio
difícil é saber
onde começa o rio;
onde a Iama
começa do rio;
onde o homem,
onde a pele
Começa da lama ;
onde começa o homem
naquele homem. "

                                 “MORTE  E  VIDA  SEVERINA”
                                                            (Auto  de  Natal  Pernambucano)

    “Morte e vida Severina”  é um belíssimo exemplo de peça literária perfeita, em que forma, conteúdo e linguagem compõem um conjunto harmonioso e indissociável. Ao abordar a injusta distribuição de riquezas que caracteriza secularmente a nossa sociedade (com particular ênfase para a questão agrária), João Cabral revira o nosso passado colonial com suas estruturas de herança medieval (concentração da riqueza, grandes propriedades, patriarcalismo, teocentrismo, etc.). Significativa é a caracterização do coronel (como latifundiário, ou remanescente do feudalismo): "por causa de um coronel/que se chamou Zacarias / e que foi o mais antigo / senhor desta sesmaria ", Temos, assim, uma remissão às origens dos nossos problemas agrários e, mais remotamente, à lusitana lei das sesmarias de D. Fernando, em fins da Idade Média. Por isso mesmo, João Cabra! segue um modelo medieval de poesia: constrói um auto (poema narrativo para ser representado, de tradição medieval, forte religiosidade e linguagem popular), com versos curtos e ritmados, que lembra a literatura de cordel.              
     O auto apresenta várias passagens ou cenas, etapas na longa jornada do retirante Severino, que sai em busca da vida; caminhando em direção ao mar e atravessando as regiões típicas dos estados nordestinos: o Sertão, o Agreste, a Zona da Mata, a cidade litorânea.

1- O retirante explica ao leitor quem é e a que vai

- O meu nome é Severino,
 não tenho outro de pia*.
 Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
 há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
 já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
 no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre   
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que  em vossa presença emigra.
  (..............................)

    Ao iniciar sua jornada, Severino já se depara com a morte (e assim será, ao longo de toda a caminhada). Observe como é abordada a questão da luta pela terra, com destaque para os métodos utilizados pelos grandes proprietários.

2- Encontra dois homens carregando um defunto numa rede, aos gritos de: Ó irmãos das almas! Irmãos das almas! Não fui eu que matei não!"

“- A quem estais carregando,
irmãos das almas,
embrulhado nessa rede?
Dizei que eu saiba.
- A um defunto de nada,
irmão das almas,
que há muitas horas viaja
à sua morada.
- E sabeis quem era ele,
irmãos das almas,
sabeis como ele se chama
ou se chamava?
- Severino Lavrador,
irmão das almas,
Severino Lavrador,
mas já não lavra.
- E de onde que o estais trazendo,
irmãos das almas,
onde foi que começou
vossa jornada?
 - Onde a Caatinga é mais seca,
irmão das almas,
onde uma terra que não dá
nem planta brava.
- E foi morrida essa morte,
irmãos das almas,
essa foi morte morrida
ou foi matada?
- Até que não foi morrida,
irmão das almas,
essa foi morte matada,
numa emboscada.
- E o que guardava a emboscada,
irmãos das almas,
e com que foi que o mataram,
com faca ou bala?
- Este foi morto de bala,
irmão das almas,
mais garantido é de bala,
mais longe vara.
- E quem foi que o emboscou,
irmãos das almas..
quem contra ele soltou
essa-ave-bala?
    (............................)

     Depois de atravessar o Sertão, o retirante chega à Zona da Mata e, ao ver a terra mais branda e macia com água que nunca seca, e a cana verdinha, pensa ter encontrado a vida. Porém:   

3-Assiste ao enterro de um trabalhoador do eito e ouve o que dizem do morto os amigos que o levaram ao cemitério.

- Essa cova em que estás,        - É uma cova grande            trabalharás uma terra
com palmos medida,                  para teu defunto parco,            da qual, além de senhor,
é a conta menor                         porém mais que no mundo       serás homem de eito* e trator.
que tiraste em vida.                   te sentirás largo.                         Trabalhando nessa terra,
- É de bom tamanho,                 - É uma cova grande   .~.          tu sozinho tudo empreitas:
nem largo nem fundo,               para tua carne pouca,        " serás semente, adubo, colheita.
é a parte que te cabe                 mas a terra dada                      Trabalharás numa terra
deste latifúndio.                         não se abre a boca.             Que também te abriga e te veste:
- Não é cova grande,            - Viverás, e para sempre,        embora com o brim do Nordeste.
é cova medida,                       na terra que aqui aforas:             Será de terra
é a terra que querias               e terás enfim tua roça.                tua derradeira camisa:
ver dividida.                          - Aí ficarás para sempre, te veste, como nunca em vida.
- É uma cova grande              livre do sol e da chuva,              - Será de terra
para teu pouco defunto          criando tuas saúvas:                 e tua melhor camisa:
mas estarás mais ancho*              - Agora trabalharás                   te veste e ninguém cobiça;
que. estavas no mundo.       só para ti, não a meias,                   (...........................)
                                            como antes em terra alheia.

       Ao chegar ao Recife, o retirante percebe que sua caminhada foi inútil, pois só encontrou a morte: “ chegando, aprendo que,/ nessa viagem que eu fazia, / sem saber desde o Sertão, / meu próprio enterro eu seguia.” Numa ponte sobre o rio Capibaribe, desesperançado, Severino pensa em suicidar-se, “sair fora da vida”. Nesse momento, ao conversar com José, mestre carpina (carpinteiro, como o José bíblico), Severino assite ao nascimento de um menino, símbolo da esperança, a explosão de uma vida, mesmo que Severina.

4- Falam os vizinhos, amigos, pessoas que vieram com presentes, etc.

  - De sua formosura
já venho dizer:
é um menino magro,
de muito peso não é,
mas tem o peso de homem,
de obra de ventre de mulher.
- De sua formosura
deixai-me que diga:
é uma criança pálida.
é uma criança franzina,
tem a marca de homem,
marca de humana oficina.
- Sua formosura
deixai-me que cante:
é um menino guenzo*
como todos os desses mangues,
mas a máquina de homem
já bate nele, incessante.
- Sua formosura
eis aqui descrita:
é uma criança pequena,
enclenque* e setemesinha*,
mas as mãos que criam coisas
suas já se adivinha .
- De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como o coqueiro
que vence a areia marinha.
- De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como o avelós*
contra o Agreste de cinza.
- De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como a palmatória
a caatinga sem saliva.
           
5- O carpina fala com o retirante , que esteve de fora, sem tomar parte em nada

Severino, retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga.
É dificil defender,
só com palavras, a vida,
- ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-Ia desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.

                                             QUESTÕES

1-(UFMG) Sobre o adjetivo severina, da expressão Morte e vida severina que intitula a peça de João Cabral de Meio Neto, todas as afirmativas estão certas, exceto:
a) Refere-se aos imigrantes nordestinos que, revoltados, lutam contra o sistema latifundiário que oprime o camponês.
B Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens materiais e de afetividade.
c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da terra.
d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres marginalizados determinada pela morte.
e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se  repetem física e espiritualmente, sem condições concretas de mudança.

2- (FUVEST-SP) É correto afirmar que no poema dramático Morte e vida severina, de João Cabra) de Meio Neto:
a) a sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que pertence.
b) a cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina.
c) o destino que as ciganas preveem para o recém-nascido é o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada.
d) o poeta buscou exprimir um aspecto tia vida nordestina no estilo dos autos medievais, valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os  caracterizavam.
e) o "auto de Natal" acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso. mas enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria natureza.

3- (PUC-RS) "Entre a paisagem / (fluía) / de homens plantados na lama; /de casas de lama  plantadas em ilhas / coaguladas na lama; / paisagem de anfíbios / de lama e lama. / Como o rio, / aqueles homens / são como cães sem plumas. / Um cão sem plumas / é mais / que um cão saqueado; / é mais que um cão assassinado."
    As estrofes acima são exemplos do traço de ............ e de .......... que existe no poema de João Cabral de Meio Neto.
a) rebeldia, ódio pela sociedade
b) melancolia, indiferença pelo mundo
c) ternura, paixão pela existência
d) compaixão, solidariedade ao homem
e) saudade, medo do quotidiano

4- (UM-SP) Este "auto de Natal pernaMbucano, longo poema equilibrad entre rigor formal e temática, conta o roteiro de um homem do Agreste que vai em demanda do litoral e topa em cada parada com a morte, presença anônima e coletiva, até que no último pouso lhe chega a nova do nascimento de um menino, signo de que algo resiste à constante negação da existência" (Alfredo Bosi, História concisa da literaturara brasileira, p. 523): trata-se de:
   a)Pai  João.     b) Evocação do Recife.      c) Brasil-menino.     c) Morte e vida severina.

5- (PUC-RS)
"O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre."

A estrofe acima ilustra a assertiva de que a poesia de João Cabra! de Melo Neto revela um rigor ............. e a preocupação com o ......................
a) técnico - problema social
b) semântico - fazer poético
c) estilístico – ambiente regional
d) formal - momento político
e) métrico - conflito estético

Gabarito: 1) a   2) e   3) d   4) d    5) a





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