QUALIDADES E
VÍCIOS DA LINGUAGEM
A- Qualidades
Um texto bem escrito apresenta três aspectos fundamentais: clareza, concisão e correção gramatical.
1. Clareza - É a qualidade que tem um texto de ser entendido, sem provocar dúvidas ou confusões.
2.Concisão - É a característica de um texto de transmitir uma ideia com precisão, mas sem muitas palavras, sem rodeios. Á concisão reflete a capacidade de síntese do autor.
3.Correção gramatical - É o uso da língua segundo os padrões da norma culta. É a ausência de erros gramaticais.
Um texto bem escrito apresenta três aspectos fundamentais: clareza, concisão e correção gramatical.
1. Clareza - É a qualidade que tem um texto de ser entendido, sem provocar dúvidas ou confusões.
2.Concisão - É a característica de um texto de transmitir uma ideia com precisão, mas sem muitas palavras, sem rodeios. Á concisão reflete a capacidade de síntese do autor.
3.Correção gramatical - É o uso da língua segundo os padrões da norma culta. É a ausência de erros gramaticais.
Observação:
Se o texto estiver retratando
personagem ou ambiente de baixo nível cultural, os erros gramaticais na fala
das personagens adequam-se ao nível cultural delas; não são erros, constituem
qualidade de estilo.
B - Vícios
ou defeitos
Dizer que um texto
está bem ou mal escrito depende da análise do contexto. Uma palavra grosseira,
obscena, quando no contexto de um cortiço, tem a função de retratar a
realidade. Errado seria colocar na boca de um ignorante expressões
características de erudição e cultura refinada.
1.Obscuridade - Diz-se que um texto é obscuro quando está escrito em um estilo que confunde o leitor. É o contrário de clareza.
1.Obscuridade - Diz-se que um texto é obscuro quando está escrito em um estilo que confunde o leitor. É o contrário de clareza.
2.Prolixidade - Uso de muitas palavras e muitos
volteios para dizer algo. É o uso de mais vocábulos do que o necessário para se
comunicar. É o antônimo de concisão.
3.Solecismo - São erros de construção sintática. São erros de regência,
concordância e colocação.
* Regência: Ele
assistiu o jogo. (“Assistiu ao jogo” é o certo.)
* Concordância: Faltou
na festa os pais. (“Faltaram na festa os pais” é o certo.)
*
Colocação: Disse que amava-me.
(“Disse que me amava” é o certo.)
4.Barbarismo
- É qualquer desvio que se comete em relação à
palavra. São barbarismos:
*
Estrangeirismos
Cometeu
uma gaffe (francês) = Cometeu um engano
(português)
Pediu
um roast-beef (inglês) = Pediu um rosbife (português)
Ele
queria entrar de sócio (italiano) = Ele queria ser sócio
[português)
* Os erros de
pronúncia: pograma (programa), chipanzé (chimpanzé),
adevogado (advogado)...
* Os erros de grafia: etinólogo (etnólogo), adevogado (advogado) largarta ( lagarta)...
* Os erros de grafia: etinólogo (etnólogo), adevogado (advogado) largarta ( lagarta)...
* Os erros de
morfologia: se eu pôr (se eu puser), eu reavi (eu reouve),
eu intervi (eu intervim)...
*
Os erros de semântica: o
réu absorvido (o réu absolvido), o ar absolvido (o ar absorvido),
soou a camisa (suou a camisa)...
*
Ambiguidade ou anfibologia: duplo
sentido:
O burro do vizinho estava
doente. ( O vizinho burro estava doente?)
O
burro que pertence ao vizinho estava
doente.
O
guarda encontrou a menina na sua casa. (O guarda encontrou a
menina na casa dela?)
(O guarda encontrou a menina na casa dele?)
(O guarda encontrou a menina na casa dele?)
5.Eco - Rima na prosa. Ex.: A informação da premiação causou emoção
na multidão.
Observação: O
erro chamado eco acontece quando a rima não é intencional. Na prosa poética
podem ser encontradas rimas com finalidade expressiva.
6.Cacofonia
ou cacófato - Som desagradável ou significado imprevisto que
surge a partir da reunião de mais de uma palavra. Ex.: Se eu
pudesse, amá-la-ia (a mala ia) Amo
ela (a moela)
7.Pleonasmo vicioso - Repetição de uma ideia, por ignorância ou distração.
Ex.: Deu ré para trás. Entrou para dentro. Exportando para fora.
Monopólio exclusivo. Hemorragia de sangue.
Ex.: Deu ré para trás. Entrou para dentro. Exportando para fora.
Monopólio exclusivo. Hemorragia de sangue.
Observação: O pleonasmo pode ser um fator de estilo e, nesse caso,
chama-se pleonasmo estilístico. Ex.: “Morrerás morte vil na
mão de um forte...” (Gonçalves Dias)
EXERCÍCIOS
1.Qual o vício de linguagem que se observa na frase: “Eu vi ele não faz muito tempo”?
a) Solecismo b) Cacófato c) Arcaísmo d) Barbarismo e) Colisão
1.Qual o vício de linguagem que se observa na frase: “Eu vi ele não faz muito tempo”?
a) Solecismo b) Cacófato c) Arcaísmo d) Barbarismo e) Colisão
2. Dentre as seguintes
frases, assinale aquela que não contém ambiguidade:
a) Encontrei o menino sorrindo. c) Uma palavra pode ter mais de um sentido.
b) Ela encontrou a aluna em seu quarto. d) O menino viu o incêndio do prédio.
e) Deputado fala da reunião no Canal 2.
a) Encontrei o menino sorrindo. c) Uma palavra pode ter mais de um sentido.
b) Ela encontrou a aluna em seu quarto. d) O menino viu o incêndio do prédio.
e) Deputado fala da reunião no Canal 2.
3. Em “Envie-me já o catálogo
de vendas”, temos:
a) Ambiguidade b) Pleonasmo c) Barbarismo d) Colisão e) Cacófato
a) Ambiguidade b) Pleonasmo c) Barbarismo d) Colisão e) Cacófato
4.Assinale a construção em que
é feito um reforço inadequado.
a) Vi com os meus próprios olhos. c) Bom motorista não o sou.
a) Vi com os meus próprios olhos. c) Bom motorista não o sou.
b) Levantou a alavanca da
máquina para cima. d) Os impostos é
bom pagá-los.
e) Nenhuma das anteriores.
e) Nenhuma das anteriores.
LÍNGUA E ARTE LITERÁRIA
1 - ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA
Dois são os elementos
fundamentais da obra literária:
a) o conteúdo (ou fundo):
são as ideias, os conceitos, os sentimentos, os apelos e as. imagens imateriais
que as palavras transmitem da mente do escritor à do leitor;
b) a forma: é
a expressão linguística, a linguagem escrita ou falada, veículo das ideias e
dos sentimentos, sensibilidade, de empolgar o nosso espírito. As obras
literárias de alcance universal têm mais valor que as de caráter estritamente
nacional ou regional,
PROSA - VERSO - POESIA
1) Aspecto formal
Considerando-se apenas o aspecto
formal, você olha um texto e identifica imediatamente se se trata de prosa ou
de verso, pois há, entre os dois, uma clara diferença na distribuição espacial
das palavras, isto é:
- o texto em prosa organiza-se em linhas contínuas
e tem como unidade básica de composição o parágrafo.
- o texto em versos (que se materializa no poema)
faz aproveitamento parcial da linha (o verso) e tem como unidade básica de
composição a estrofe.
2) Aspecto de conteúdo
POESIA - ” é um tipo de
conteúdo que aparece em textos literários,tendo como características o
predomínio da linguagem conotativa, a polivalência das palavras e a expressão
de ideias e sentimentos pessoais do poeta diante de certos aspectos da
vida.” A materialização de um texto poético se faz, geralmente, eu forma de
poema.
PROSA - é um tipo de
conteúdo que procura expressar com mais objetividade a realidade que o autor
deseja transmitir; por isso, a prosa usa uma linguagem basicamente denotativa.
OBSERVAÇÃO: Há textos em
verso sem conteúdo poético; por outro lado, há textos poéticos escritos em
prosa.
3) ESTILO
Estilo é a maneira típica
de cada um exprimir seus pensamentos, sentimentos e emoções, através da
linguagem.
Todo escritor tem seu estilo próprio,
isto é, sua expressão reveste uma forma característica, através da qual se
manifestam seus impulsos emotivos, sua sensibilidade e a feição peculiar de seu
espírito. Podemos, pois, afirmar que o estilo é o espelho onde se reflete a
alma do escritor, a tela em que se projeta a personalidade do artista.
Mas, além destas
características individuais que diferenciam os autores uns dos outros, o
estilo revela também os traços psicológicos da raça e as tendências dominantes
das diversas escolas e correntes literárias que marcaram época através dos
tempos. Neste sentido é que dizemos que há um estilo clássico, um estilo
barroco, um estilo romântico, um estilo modernista, etc.
É pelo seu estilo primoroso e
brilhante que os grandes artistas da palavra conseguem criar obras de
imarcescível beleza,
No estilo cumpre distinguir o
aspecto material ou linguístico (que são as possibilidades de expressão
que a língua oferece ao escritor e que este seleciona a seu gosto e até mesmo
recria) e o aspecto psíquico, mental, subjetivo, ou seja, os traços
psicológicos do artista, suas tendências, seu modo de ver e julgar a vida e o
mundo em que vive. Da fusão desses dois elementos, um externo, outro interno, é
que resulta o estilo.
4) DISCURSO DIRETO
E O INDIRETO
O discurso é direto quando
são as personagens que falam, O narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em
cena e cede-lhes a palavra. Exemplo:
“ - Por que veio
tão tarde? - perguntou-lhe Sofia, logo que ele apareceu à porta do
jardim, em Santa Teresa.
- Depois do
almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é
tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro
horas e meia.
- Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar
de censura.”
(Machado
de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV.)
No discurso direto, indica-se o
interlocutor e caracteriza-se-lhe a fala por meio dos verbos de elocução, tais
como: dizer, exclamar, suspirar, segredar, explicar, perguntar, responder,
replicar, protestar, pedir, prometer, prosseguir, concluir, acrescentar,
propor.. Alguns desses verbos traduzem os sentimentos, as emoções e as reações
psicológicas das personagens. Os autores modernos usam os verbos de elocução
com muita parcimônia. Nas falas breves, convém omiti-los, bastando, para a
clareza do diálogo, a abertura de parágrafo e o uso do travessão.
No discurso indireto não há
diálogo, o narrador não põe as personagens a falar diretamente, mas faz-se o
intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo:
“A certo ponto da
conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou
por que não a levei comigo.”
(Ciro dos Anjos,
Abdias, 4’ cd., pág. 52) (
Expresso
em discurso direto, o período acima apresentaria a seguinte forma:
- Desejo muito conhecer
Carlota — disse-me Glória, a certo ponto da conversação. Por
Resultante da
mistura dos discursos direto e indireto, existe uma terceira modalidade de
técnica narrativa, o chamado discurso indireto livre, processo mais difícil e
menos comum, porém de grande efeito estilístico. É uma espécie de monólogo
interior das personagens, mas expresso pelo narrador. Este interrompe a
narrativa para registrar e inserir reflexões ou pensamentos das personagens,
com as quais passa a confundir-se. Exemplos:
“Quando Eduardo ia para o
Grupo, deixava-a debaixo da bacia. Um dia o pai lhe disse que aquilo era
maldade: "Gostaria que fizessem o mesmo com você? As galinhas também
sofrem." Um domingo, encontrou Eduarda na mesa do almoço, pernas para
o ar, assada. Eduarda foi comida entre lágrimas. "É, sofrem, mas todo o
mundo come e ainda acha bom.”
(Fernando Sabino, O Encontro
Marcado, 5.” cd., pág. 9.)
Há duas frases (por nós
grifadas), embora expressas pelo narrador, que representam discurso direto, as
demais são discurso indireto. Assim, o autor usou o chamado discurso indireto
livre no parágrafo acima, ao misturar os dois discursos.
GÊNEROS
LITERÁRIOS
1. GÊNERO LÍRICO
Líricas eram, na
Antiguidade, as composições poéticas feitas para serem cantadas ao som da lira,
instrumento musical de cordas,de origem muito remota.
Hoje o gênero lírico engloba toda.a
produção poética centrada no “eu lírico” ou “eu poético”. Exprime sentimentos
pessoais, juízos subjetivos, sensações, angústias, reflexões, etc.
Na Literatura Brasileira,
destaca-se a poesia lírica do Romantismo e do Simbolismo, embora haja composições
líricas importantes no Barroco, no Arcadismo, no Modernismo e até mesmo no
Parnasianismo (que deveria obedecer a uma proposta de poesia impessoal).
2. GÊNERO ÉPICO
O gênero épico é hoje denominado também
de GÊNERO NARRATIVO. Engloba as composições antiga em versos,
destinadas a contar e exaltar fatos e personagens heroicos; reúne hoje,
também, toda espécie de narrativa ficcional moderna: romance, conto, novela e
crônica narrativa.
Na poesia brasileira, podemos
citar, como exemplos de poemas épicos,
“O Uraguai”, de Basílio da
Gama, e “Caramuru”, de Santa Rita Durão.
Os romances surgiram na época do
Romantismo e hoje podemos encontrá-los sob várias classificações:
- regionalistas , como O
Quinze (Rachel de Queirós), Sem Rumo (Cyro Martins);
- sociais, como Os Ratos (Dyonélio
Machado), Vidas Secas (Graciliano Ramos);
- históricos, como Os Sertões (Euclides
da Cunha), Videiras de Cristal (Luiz Antônio de Assis Brasil);
- reportagem/não-ficção, como O
Diário de um Cucaracha ( Henfil), O que é isso,
companheiro? (Fernando Gabeira);
- psicológicos ou intimistas, como O
Quarto Fechado (Lya Luft), Verão no Aquário (Lígia Fagundes Telles);
- autobiográficos, como Solo de
Clarineta (Érico Veríssimo), Memórias do Cárcere (Graciliano
Ramos).
3.GÊNERO DRAMÁTICO
Engloba os textos escritos para serem
encenados. É o teatro, só considerado literatura enquanto texto, pois, ao ser
representado, torna-se arte mista, onde entram expressão corporal, sonoplastia,
iluminação, etc.
O gênero dramático
compreende quatro tipos básicos de textos teatrais:
- a tragédia: expressão do teatro
clássico, em versos, suscitando o terror e a piedade.
- o auto: expressão teatral, também em
versos, muito cultivada na Idade Média. Sua principal característica é a função
moral e religiosa.
- o drama: substituto da tragédia a
partir do Romantismo, focaliza o mundo das relações humanas, atingindo a
nossa realidade próxima;
- a comédia: apresenta o mundo das
ações torpes ou ridículas; provoca o riso.
OBSERVAÇÃO: Alguns consideram
a crítica como o quarto gênero literário e aí estariam englobados o
ensaio, o artigo, a resenha e a análise de textos.
EXERCÍCIOS
1) Investigando os textos: A
que gêneros pertencem os textos abaixo?
Texto A
Jorge:
Sábado, às nove horas, nossa turminha vai
jogar no campo do “Primavera Clube”. Precisamos de você para defender o nosso
gol. Telefone-me esta noite para confirmar.
Texto B
Uma mulher me
disse: “Vem comigo! Fecha os olhos e sonha, meu amigo! Sonha
um lar, uma doce companheira, que queiras muito e que também te queira.
Um telhado... Um penacho de fumaça...Cortinas muito brancas na vidraça...”
Texto C
Em tempos
imemoriais havia uma cidade sagrada chamada Troia, que se viu palco duma guerra
famosa. A renhida luta durou dez anos, ao fim dos quais os assaltantes, que
eram gregos, valendo-se de um feliz estratagema, ocuparam-na, não deixando
pedra sobre pedra, apesar da bravura dos defensores, que tiveram o auxílio de
vários povos vizinhos. E tudo se deu por causa do rapto da esposa de um rei
grego, praticado pelo filho mais velho do rei de Troia. A mulher em questão era
tida e havida como a mais bela do mundo e o raptor, não contente com a riqueza
que levava, carregou ainda quanto ouro e prata encontrou ao alcance da mão.
Texto D
(Inicia-se o segundo ato.
Trevas. Voz de Alaíde e Clessi ao microfone.)
CLESSI — É impossível que não tenha havido mais
coisas.
ALAÍDE (impaciente com a própria memória) — Mas não
me lembro, Clessi. Estou com a memória tão ruim!...
CLESSI — Olha, Alaíde. Antes de sua mãe entrar,
quando você pediu o bouquet, tinha alguém lá? Sem ser Pedro?
ALAÍDE (desorientada) — Antes de mamãe entrar?
CLESSI - Sim. Tinha que ter mais alguém. Já disse—
uma noiva nunca fica tão abandonada na hora de vestir!
Texto E
Além, muito além
daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de
mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que
seu talhe de palmeira.
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Bons estudos!
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