LÍNGUA PORTUGUESA - LITERATURA PORTUGUESA

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                         ORIGENS  DA  LÍNGUA  PORTUGUESA
       Em Roma se falava o latim. Com as guerras e as conquistas romanas, esse idioma expandiu-se por toda a Europa. Os romanos impuseram sua língua, sua cultura e seus costumes aos povos conquistados (romanização).
       Para garantir a dominação política, os romanos exigiam que, em todo o vasto Império, o latim fosse de uso obrigatório nas escolas, nas transações comerciais, nos documentos, nos atos oficiais e no serviço militar.
      Entretanto, o contato dos romanos com a cultura grega deu-se de forma contrária: foi o latim que incorporou uma grande quantidade de palavras gregas que, conseqüentemente, também vieram a fazer parte da língua portuguesa.
      Todavia, não foi o latim clássico, literário, usado pelos grandes escritores romanos (Cícero, Horácio, César, Virgílio, Ovídio, etc.), que foi imposto às populações dominadas. Foi o latim vulgar, falado pelos soldados romanos.
      Aos poucos, os povos dominados absorveram o falar dos romanos, que se misturou com os falares regionais, originando as línguas neolatinas: português, espanhol, francês, italiano, romeno, galego e outras.
      Por  volta do século VIII d.C., os árabes invadiram a península Ibérica, aí permanecendo por sete séculos, sem conseguir impor a língua árabe. Todavia, muitas palavras árabes passaram a fazer parte da língua portuguesa, como:
algarismo, alface, álgebra, álcool, alcachofra, algodão, alfafa, etc.
                       FASES DA LÍNGUA PORTUGUESA
     a) Fase pré-histórica: vai do século V ao século IX (mistura do latim vulgar com falares locais).
    b) Fase proto-histórica: vai do século IX ao XII. Nessa fase, já se encontram documentos escritos em latim bastante transformado, misturado com palavras portuguesas.
      c) Fase histórica: Apresenta dois períodos:
       . Período  do  português  arcaico:  vai do século XII ao século XVI. Aparecem os primeiros documentos inteiramente redigidos em português. O  primeiro  texto  escrito  em nossa língua  foi  a  poesia  “Cantiga  da  Ribeirinha”,  de Paio Soares de Taveirós, em 1189 (ou 1198)
     .  Período  do  português  moderno:  do  século XVI até nossos dias. Sob a influência dos autores humanistas e clássicos, houve um progresso linguístico muito grande, datando dessa época a obra-prima da língua portuguesa, Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões (que narra as aventuras dos portugueses nos descobrimentos).
         A língua portuguesa é atualmente a quinta mais falada no mundo, com mais de 200 milhões de falantes. A comunidade lusófona é constituída por:
a) Portugal;       b) Ilhas da Madeira, dos Açores e Cabo Verde;       c) Brasil;
d) Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe (na África);        e) Goa, Macau, Timor (na Ásia).
       Com a globalização, o uso da Internet, as transações comerciais e o crescente interesse do mundo pela América Latina, o estudo da língua portuguesa em outros países vem aumentando ultimamente.
     Em alguns lugares da África e da Ásia, como Sri-Lanka, Macau, Java, Málaca, Cabo Verde, Guiné, Cingapura, a língua portuguesa, em contato com os idiomas dos nativos, sofreu muitas alterações, dando origem ao dialeto crioulo, usado nas transações comerciais.
     Os colonizadores portugueses trouxeram para o Brasil a cultura e a língua portuguesa. Esta foi sendo enriquecida com vocábulos de origem indígena, africana e de outros povos imigrantes.
       Assim temos, de proveniência indígena, muitos nomes de lugares, utensílios, alimentos, flora e fauna, como: Curitiba, Paraná, tatu, saci, abacaxi, lambari, carioca, mandioca, etc.
     De proveniência africana temos: macumba, cachaça, moleque, quindim, jiló, marimbondo, cochilo, tanga, samba, etc.
      No português de hoje, podemos encontrar palavras provenientes do italiano (pizza, espaguete, tchau), do inglês (gol, clube, sanduíche, hambúrguer, deletar) e do francês (toalete, abajur, penhoar) e de outros idiomas.
       A língua de um povo tende a se modificar (evoluir) através dos tempos, criando, conforme as necessidades, novas palavras e, às vezes, deixando outras em desuso.
       Àquelas palavras que vão desaparecendo chamamos arcaísmos e às novas, neologismos.etc.
             
                 LITERATURA  PORTUGUESA
I-TROVADORISMO  (PRIMEIRA  ÉPOCA  MEDIEVAL) -  1189 / 1434

1.CONTEXTO
   HISTÓRICO
. Organização das Cruzadas em direção ao Oriente;
. Luta  contra os mouros(Península  Ibérica);
. Poder descentralizado  =  feudalismo;
 . Poder espiritual  =  clero católico =   teocentrismo.
2.MARCO   
   INICIAL
.“Canção  da  Ribeirinha” -  de Paio  Soares de  Taveirós.
   O mais antigo escrito em galego-português.
3.CARACTERÍS-
   TICAS
Os textos poéticos  acompanhados de música e normalmente cantados em coro = cantigas: cantigas  líricas e as cantigas satíricas.  Cantigas  líricas = cantigas de amor e cantigas de  amigo.
4.CANTIGAS   
   DE   AMOR
. Origem provençal = “amor  cortês”.
. Rei D.  Dinis, o mais famoso trovador de Portugal.                 
. Ambiente  é o palácio, o trovador declara seu amor a uma dama.
. Forma respeitosa, cortês,  de se dirigir à dama (“senhor”, isto é, senhora) =  servidão amorosa dentro dos mais puros padrões medievais de vassalagem.
. Mulher = ser inatingível, figura idealizada, a quem é dedicado um amor sublimado, igualmente idealizado.
. Forte lirismo representado pela “coita d’amor” (coitado, em galego-português, significava “apaixonado”, “aflito”, “sofrido”).
. O poeta sofre;  sofrimento pior que a morte e o amor = única razão de viver.
5.CANTIGAS  
   DE   AMIGO
 . Origem =  própria Península Ibérica, sentimento popular.
 . Mais antigas que as cantigas de amor, porém não eram escritas.               .  Principal característica  =  sentimento feminino, apesar de escritas por homens
. A mulher sofre por se ver separada do amigo (amante ou namorado).
. Ambiente  não é a corte, mas a zona rural; a mulher é sempre uma camponesa.
. Principal distinção entre cantiga de amor e  de amigo está = eu lírico, o sujeito da enunciação: se o “dono” da voz é o homem (amor) ou se a “dona” da voz é a mulher (amigo).
 .Apresentam outros personagens, que servem de confidentes, montando-se uma estrutura de diálogo.
  . Trabalho formal mais apurado:  uso do paralelismo e do refrão ou estribilho =  verso(s) que se repetem(m)final de cada estrofe
6.DECADÊNCIA  
   DO  TROVA- 
   DORISMO
  • Decadência do mecenatismo real;
  • Aburguesamento de Portugal;
  • Conflitos entre Portugal e Espanha.

7. INFLUÊNCIA 
    DA CULTURA    
TROVADORES-
CA NO  BRASIL
• Vassalagem amorosa  do Romantismo (século XIX)  com sua origem na Idade Média, a idealização da mulher e do herói. Gonçalves Dias escreveu uma cantiga de amigo indianista: “Leito de folhas verdes”.
 • Manuel Bandeira, em pleno século XX, escreveu um “Cantar de amor” em  galego-português!
 . Vários compositores da MPB escreveram (e escrevem) cantigas de amigo: Paulo Vanzolini (“Ronda”), Chico Buarque “Com açúcar e com afeto”, “Atrás da porta”, “Tatuagem”,” Olhos nos olhos”, e muito mais), além de Gonzaguinha e Gilberto Gil, entre outros. Caetano Veloso e Juca Chaves têm músicas que são perfeitas cantigas de amor.
8. A  PROSA
 MEDIEVAL
 . Condições para aparecimento e desenvolvimento da prosa em Portugal, nos séculos XIII e XIV:
     - transição da estrutura feudal para  economia mercantil (reinado de D. Dinis
      - 1279-1325);
   - primeiras universidades, permanência do espírito guerreiro e aventureiro da época das lutas da Reconquista,forte influência ainda  exercida pelo clero.                     
 .  Mais  importante manifestação em prosa: as novelas de cavalaria, originárias da Inglaterra,derivadas das canções de gesta =  poemas medievais cantados em linguagem simples,celebravam os feitos guerreiros, obras  de  ficção  escritas em prosa.
  .  As  novelas de cavalaria podem ser agrupadas em três ciclos, dependendo da origem de seus heróis:
     .  ciclo  clássico  - sobre temas latinos e gregos;
     .  ciclo   carolíngio -   sobre Carlos Magno e os doze pares de França;
     . ciclo bretão ou arturiano - sobre o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda.
 . No final do século XIII, foram traduzidas em Portugal três novelas, todas do ciclo bretão ou arturiano (daí serem chamadas “matéria da Bretanha”): História de Merlim, José de Arimatéia e Demanda do Santo Graal, a mais famosa e popular delas.

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