A linguagem é o resultado da capacidade comunicativa dos seres. É um instrumento que o emissor utiliza para transmitir mensagens. Existem vários tipos de linguagem:
Linguagem mímica
É a linguagem dos gestos, a expressão facial e corporal.
Linguagem cromática ou das cores
Observando-se uma pintura em que sobressaem cores claras e brilhantes, experimenta-se uma sensação diferente da despertada por um quadro predominantemente escuro e opaco. Tais diferenças no sentir são provocadas pela linguagem cromática.
Linguagem plástica ou das formas
Olhando-se,
atentamente, para uma escultura ou uma obra arquitetônica, observa-se que as
formas longas, finas ou estreitas despertam, no observador, sensações
diferentes daquelas provocadas por formas curtas, grossas ou largas.
Linguagem musical ou dos sons e ritmos
O ato
de ouvir uma música de tom predominantemente alto e ritmo acelerado certamente
envolverá o ouvinte com sensações diversas daquelas provocadas por outra música
em tom baixo e ritmo lento. As cantigas de ninar, por exemplo, produzem efeitos
bem diferentes das músicas de carnaval.
Linguagem falada
É
produzida pela articulação de sons humanos.
Linguagem escrita
É realizada pela articulação dos símbolos gráficos,
chamados letras e ideogramas.
Linguagem iconográfica
É a
arte de representar por meio da imagem (desenho, foto e outros]. Na Literatura,
usa-se o desenho da palavra para reproduzir sua ideia ou seu significado.
Trata-se de um recurso muito utilizado modernamente nas técnicas de comunicação
comercial.
Observação:
Como o interesse linguístico recai unicamente nos tipos de linguagem baseados na palavra humana, em todas as passagens em que usarmos a palavra “linguagem”, estaremos nos referindo unicamente à palavra humana.
Como o interesse linguístico recai unicamente nos tipos de linguagem baseados na palavra humana, em todas as passagens em que usarmos a palavra “linguagem”, estaremos nos referindo unicamente à palavra humana.
Língua
É um subconjunto da linguagem: a linguagem abrange todos os seres humanos
de nosso planeta, enquanto a língua envolve apenas uma parte desses
seres.
Pode-se definir a língua como um código ou sistema, em que são encontrados todos os signos e todas as possibilidades articulatórias desses signos, residindo tal sistema no cérebro de cada indivíduo falante.
Pode-se definir a língua como um código ou sistema, em que são encontrados todos os signos e todas as possibilidades articulatórias desses signos, residindo tal sistema no cérebro de cada indivíduo falante.
Fala
É uma realização individual e momentânea da língua. Quando alguém fala ou escreve, está, na verdade, escolhendo, entre todos os signos conhecidos, apenas alguns; entre todas as regras de combinação (concordância, regência, colocação], apenas algumas. E, enquanto fala, transforma em concreto (som, letra) algumas palavras e regras, ao passo que deixa em abstrato, ou seja, em língua, todas as outras palavras e regras que não são utilizadas. Por isso, diz-se que o ato da fala é uma concretização da língua.
É uma realização individual e momentânea da língua. Quando alguém fala ou escreve, está, na verdade, escolhendo, entre todos os signos conhecidos, apenas alguns; entre todas as regras de combinação (concordância, regência, colocação], apenas algumas. E, enquanto fala, transforma em concreto (som, letra) algumas palavras e regras, ao passo que deixa em abstrato, ou seja, em língua, todas as outras palavras e regras que não são utilizadas. Por isso, diz-se que o ato da fala é uma concretização da língua.
Conclusão:
LINGUAGEM - é
qualquer forma de manifestação comunicativa.
LÍNGUA - é
um código em que há um sistema organizado de signos vocais e escritos que
obedecem a determinadas leis combinatórias. As línguas diferenciam-se entre
si porque são diferentes as suas unidades (signos) e as suas leis de
comunicação.
FALA - é
a utilização individual, particular e concreta da língua.
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Lembremos,
finalmente, que a unidade linguística (a palavra) apresenta duas faces:
a) a face material — SIGNIFICANTE:
representada pelos sons (língua falada) ou pelas letras (língua
escrita).
b) a face imaterial — SIGNIFICADO :
imagem mental (ou conceito) que os sons e as letras transmitem.
Essas duas faces reunidas recebem o nome de SIGNO.
Ex.: VACAS: significante —
V - A - C - A - S
(signo) significado “animal mamífero,
quadrúpede, etc., no plural”.
Denotação
e Conotação
Embora todo signo linguístico possua um só significante, ele
poderá, dependendo do contexto, apresentar mais de um significado.
Sempre que uma
palavra evoca seu significado mais comum, aquele que compreendemos
imediatamente, estará ocorrendo denotação.
Quando, ao contrário, a palavra ou o texto evocar sentidos diversos daquele
mais convencional, a que estamos habituados, terá ocorrido conotação.
Ex.: a) No incêndio do
supermercado explodiu um bujão de
gás. Texto denotativo
b)
Seu coração explodiu num incêndio de
amor.
Texto conotativo.
Se perguntarmos a alguém que fale nossa língua qual o significado de
“chave”, o primeiro pensamento que talvez lhe ocorra seja “uma peça de metal
que abre fechadura”, pois esse é o significado mais usual, é o primeiro
significado, é o significado denotativo. É o significado ligado principalmente
a experiências coletivas.
Contudo,
o emissor, ao elaborar sua mensagem, ao realizar seu ato de fala,
frequentemente dá asas à criatividade e, inserindo o signo em determinado
contexto, modifica, amplia ou reduz seu significado, o que equivale a dizer que
o emissor deixa de lado o significado denotativo, passando a usar a conotação
ou significado secundário, periférico.
Contexto 1 - Perdi a chave de
minha mala.
Contexto 2 - Esta é a chave
do sucesso.
Contexto 3 - Ele encerrou o
poema com chave de ouro.
Observe
que, dentre os três contextos acima, em apenas um (o primeiro) a palavra
destacada está usada com sentido denotativo, ao passo que nos contextos dois e
três são ressaltados os sentidos conotativos. Veja:
Contexto 1 - “chave” significa
“instrumento de metal” denotação.
Contexto 2 - “chave”
significa “segredo, solução” conotação.
Contexto 3 - “chave”
significa “fecho, término” conotação
Com base em tais dados, conclui-se que denotação é o significado mais objetivo,
é o significado de primeira linha, o dicionarizado, enquanto conotação é o
significado subjetivo, secundário, periférico, bastante ligado às experiências
pessoais. “Conotação”, em outras palavras, é produto da linguagem figurada.
Polissemia
e monossemia
“Sema” é uma unidade de significado. “Poli” significa “muitos”, “vários”.
Polissemia significa “vários significados”. Diz-se que uma palavra é
polissêmica quando é capaz de despertar mais de um significado denotativo,
indiferentemente às conotações.
Podem-se criar
várias frases em que a palavra “manga” assume diversos significados
denotativos.
a) A manga do seu vestido está rasgada. (denotação)
b) Esta mangueira dá excelentes mangas. (denotação)
c) Preparemo-nos para atacar pelos flancos a manga
inimiga. (denotação)
Em
cada um dos três exemplos citados, a palavra manga é monossêmica. No
dicionário, são: quatro palavras “manga” diferentes que, por acaso, se escrevem
da mesma forma. Trata-se homônimos perfeitos.
Porém, se um enunciado
como “Vivi porque me senti atraído pela manga”, ligado a determinada situação
ou contexto, permitir ao ouvinte entendera palavra “manga” com mais de um significado
denotativo, aí ocorrerá o fenômeno da polissemia.
Por tudo que
se viu, infere-se que a significação de uma palavra ou de um signo só se define
em relação ao contexto em que se encontra, e que a polissemia sempre é ditada
pela situação ou contexto, tanto quanto a monossemia.
EXERCÍCIOS
1. A linguagem científica utiliza signos,
explorando fundamentalmente:
a) O
significado
denotativo
c) O significado conotativo
b)O
significado
polissêmico
d) O significante
2. Assinale nos parênteses correspondentes às
frases que se seguem:
A— para
predomínio da denotação
B — para predomínio da conotação
a) ( ) “Hoje os pioneiros da psiquiatria
ortomolecular têm confirmado que a doença mental é um mito que os
distúrbios emocionais podem ser meramente o primeiro sintoma da óbvia
inabilidade do sistema humano para enfrentar o stress, decorrente
da dependência do açúcar.” (William Dufty)
b) ( ) “Quando o açúcar da cana ou da
beterraba é refinado, todas as suas vitaminas, inclusive a vitamina C,
são dispensadas. O açúcar natural, aquele encontrado em frutas e vegetais
crus, fornece a vitamina C necessária ao funcionamento do
organismo.” (William Dufty)
c) ( ) “Faz dois anos que Madalena morreu,
dois anos . (Graciliano Ramos)
d) ( ) “Entrei nesse ano com o pé esquerdo.”
(Graciliano Ramos)
e) ( ) “O homem trazia um papel na mão, e
consultou-o antes de perguntar se era ali que morava o Sr. Fulano.”
(Carlos Drummond de Andrade)
f) ( ) “Havia a um canto da sala um álbum de
fotografias intoleráveis,/alto de muitos metros e de infinitos minutos, /
em que todos se debruçavam / na alegria de zombar dos mortos de sobrecasaca.”
(Carlos Drummond de Andrade).
3. Mariana, que nunca se casa, mas é exímia em
fazer casa para botão, após arrumar a casa, tentava aprender a fazer cálculos
com três casas decimais. E há quem diga que casa não atrapalha.
Assinale a afirmação correta em relação à palavra “casa”.
a) Foi usada conotativamente.
b) Só tem significação denotativa, não podendo
sequer ser usada em sentido conotativo.
c) É polissêmica.
d) É monossêmica.
4. Nos textos a seguir, coloque D para
aqueles que apresentarem sentido denotativo e C para os que tiverem
sentido conotativo.
1.( ) “Nem todos podem estar na
flor da idade, é claro.
Mas cada um está na flor
da sua idade.” (Mário Quintana)
2.( ) “Na mesma cova
do tempo / cai o castigo e o perdão”. (Cecília Meireles)
3.( ) “E agora, se abre o
chão e te abriga, / lençol que não tiveste em vida”. (João Cabral )
4.( ) “Na acepção lata,
literatura É tudo o que aparece fixado por meio de letras - obras científicas,
reportagens, noticias, textos de propaganda, livros didáticos, receitas de
cozinha, etc.”(Antonio Cândido)
5.( ) “... o cidadão
desconhecido parou uma fileira de 23 mastodontes blindados.” (Texto da
VEJA, 14 de junho de 1989)
6.( ) “... e o
mistério empolgava-o com as unhas de ferro.” (Machado de Assis)
7.( ) “Todos gostam
de contar uma novidade: contar novidades á a principal função do repórter.”
(Érico Veríssimo)
Sincronia e Diacronia
Sincronia: É
a visão de um fenômeno, considerando apenas um momento de seu processo
evolutivo.
Diacronia: É a visão de um fenômeno, considerando
comparativamente dois ou mais estágios ou momentos de seu processo evolutivo.
Compare os três enunciados:
1. “Pedagogo” significa um indivíduo que se
especializa em educação.
2. “Pedagogo”, na Grécia antiga, era o
escravo que conduzia os filhos do amo ao preceptor ou mestre.
3. “Pedagogo”, que na Grécia antiga
significava escravo condutor dos jovens ao mestre, com o tempo passou a
significar o indivíduo que conduz outros ao aprendizado, ou um técnico em
ensino.
No enunciado 1, há uma observação de um estágio (o atual) do processo
evolutivo da palavra “pedagogo”. Trata-se de uma definição sincrônica.
No
enunciado 2, também se observa apenas um momento do processo evolutivo (o
antigo) da palavra “pedagogo”. Trata-se ainda de uma definição de caráter
sincrônico.
Já no enunciado 3, observa-se a comparação, justapõem.se dois estágios
diferentes da evolução da palavra “pedagogo”. É uma definição
diacrônica.
Em todos os
ramos do conhecimento humano, os estudiosos podem observar os fenômenos por
meio de uma visão sincrônica ou diacrônica.
EXERCÍCIOS
1. Assinale com S se a afirmação for de caráter
sincrônico e D se de caráter diacrônico.
a) ( ) Na segunda metade do século XVI,
há a consolidação da Reforma na Inglaterra, na Holanda, nas cidades do
Reno e do Báltico; na Espanha, em parte da Itália, em parte dos Países
Baixos, na Áustria e da Alemanha, que constituíam o império dos Habsburgos, a
vaga reformista é, entretanto, contida.
b) ( ) Assim como o Barroco é a
linguagem da Contra-Reforma eclesiástica do século XVII, o Arcadismo é
uma linguagem que defende os ideais do Despotismo Esclarecido, do
Iluminismo do século XVIII.
c) ( ) Podemos tomar como exemplo o
caso da passagem do latim para o português...
d) ( )Estudos que visualizam a língua,
em um momento dado, como um sistema estável.
Tipos de narrador
O narrador, a voz que conta a história, pode apresentar-se em três posições
diferentes com relação aos acontecimentos que esteja narrando.
Na avenida, Gabriela passou por mim e fez questão de demonstrar entusiasmo,
pelo tom com que me cumprimentou.
O narrador se coloca dentro da história, é um dos personagens, porque usa a
primeira pessoa“mim”, “me”. Qualquer referência à primeira pessoa (eu, nós,
meu, nosso...) mostra ao leitor que o narrador está dentro da história, que é
uma das personagens (principal ou secundária]. Chama-se narrador-personagem, narrador-participante, ponto
de vista interno ou narrador subjetivo.
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Gabriela atravessava a rua pensando em encontrar-se com Joaquim.
Neste exemplo, o narrador coloca-se fora da história; ele não é uma das
personagens, mas tem a capacidade de enxergar o que passa dentro da
personagem, no seu espaço interno, íntimo, psicológico ou sentimental... É
chamado de narrador onisciente (que sabe tudo).
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Gabriela atravessava a rua e parecia preocupada com alguma coisa. Talvez
estivesse pensando em procurar Joaquim.
Neste exemplo, o narrador também se coloca fora da história, também não é uma
das personagens, mas é diferente do narrador que escreveu o exemplo 2. Aqui,
ele não sabe o que acontece no mundo interno da personagem, o que se deduz do
fato de ter dito “parecia preocupada” e “talvez estivesse pensando”. Trata-se
do narrador observador.
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Utilize os comentários para debater sobre o tema.
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Bons estudos!
NAO TEM GABARITO?
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