TIPOS DE DISCURSO

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1) DISCURSO DIRETO - O discurso é direto quando são as personagens que falam, O narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em cena e cede-lhes a palavra.
Exemplo:
 “ - Por que veio tão tarde? - perguntou-lhe Sofia, logo que ele apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa.
- Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia.
- Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura.” (Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV.)

2)DISCURSO INDIRETO  -  No discurso direto, indica-se o interlocutor e caracteriza-se-lhe a fala por meio dos verbos de elocução, tais como: dizer, exclamar, suspirar, segredar, explicar, perguntar, responder, replicar, protestar, pedir, prometer, prosseguir, concluir, acrescentar, propor.. Alguns desses verbos traduzem os sentimentos, as emoções e as reações psicológicas das personagens. Os autores modernos usam os verbos de elocução com muita parcimônia. Nas falas breves, convém omiti-los, bastando, para a clareza do diálogo, a abertura de parágrafo e o uso do travessão.
      No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram.
Exemplo:
    “A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.” (Ciro dos Anjos, Abdias, 4’ cd., pág. 52)
 Expresso em discurso direto, o período acima apresentaria a seguinte forma: - Desejo muito conhecer Carlota — disse-me Glória, a certo ponto da conversação.

3)DISCURSO INDIRETO LIVRE  - Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso indireto livre, processo mais difícil e menos comum, porém de grande efeito estilístico. É uma espécie de monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador. Este interrompe a narrativa para registrar e inserir reflexões ou pensamentos das personagens, com as quais passa a confundir-se.
Exemplos:
“Quando Eduardo ia para o Grupo, deixava-a debaixo da bacia. Um dia o pai lhe disse que aquilo era maldade: ‘Gostaria que fizessem o mesmo com você? As galinhas também sofrem.” Um domingo, encontrou Eduarda na mesa do almoço, pernas para o ar, assada. Eduarda foi comida entre lágrimas. É, sofrem, mas todo o mundo come e ainda acha bom.” (Fernando Sabino, O Encontro Marcado, 5.” cd., pág. 9.)
 A última frase, embora expressa pelo narrador, representa uma reflexão do personagem, o menino Eduardo: está em discurso indireto livre.
Assim, para que tudo fique muito bem esclarecido, analisemos alguns casos, os quais tão bem ilustram o que queremos dizer:

A professora disse aos alunos:

- Vocês fizeram a pesquisa?

Os alunos, apreensivos, disseram:

- Nossa professora, desculpe-nos, mas não encontramos nenhuma referência bibliográfica que tratasse do assunto sugerido.

A professora respondeu:

- Tudo bem, veremos um assunto mais acessível posteriormente.

Constatamos que o discurso se deu sob a forma direta, haja vista que as falas foram manifestadas da forma como se deram. Outro aspecto, que também emerge nessa questão, diz respeito aos sinais de pontuação, sobretudo o travessão para introduzi-las, bem como outro elemento, manifestado pelos chamados “verbos de elocução”, os quais introduzem as falas dos personagens.

Passemos adiante, analisando outro exemplo:

A professora indagou aos alunos se eles tinham feito a pesquisa que ela solicitara. Eles, por sua vez, responderam que não haviam encontrado nenhuma referência bibliográfica que versasse sobre o assunto em questão, foi quando ela respondeu que posteriormente escolheria outro, mais acessível.

Inferimos se tratar de um discurso indireto, haja vista que a ideia é a mesma anteriormente retratada, contudo, repassada ao interlocutor por intermédio de outra pessoa, o narrador, no caso.
Prosseguindo, temos:

Tudo bem, veremos um assunto mais acessível posteriormente. Essa foi a fala da professora ao ver que os alunos não haviam feito a pesquisa.

Notadamente constatamos que houve a fusão dos dois discursos: tanto do direto, referindo-se à fala da personagem, quanto do narrador. Dessa forma, afirmamos se tratar do discurso indireto livre.
                                             ESTRUTURAÇÃO DE TEXTOS

a) NARRAÇÃO:
Identificamos no texto narrativo quando ele se propõe a contar algo, seja tal ou fictício. Qualquer história, qualquer assunto contado será uma narração.
Podemos exemplificar o texto narrativo como o conto, romance, novela.
Exemplos: Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada...

b) DESCRIÇÃO:
Identificamos um texto descritivo Quando ele caracterizo, detalha, "fotografa"um objeto, uma pessoa, um sentimento, ete. Geralmente, a descrição acompanha a Narração e a Dissertação.
Exemplos: Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moça da adorável Dorinha.

e) DISSERTAÇÃO:
Identificamos um texto dissertativo quando ele propõe uma ideia, quando defende uma opinião, quando traz argumentos sobre algum tipo de tese.
Podemos exemplificar o texto dissertativo como o ensaio, crônica, crítica.
Exemplos: Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do Brasil. Ainda não se definiu, entretanto, uma ação nacional de reestrutura do processo educativo, desde a base ao ensino superior.

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