O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França.
Origens
Movimento
literário que se originou em Paris, França, representou na poesia o espírito
positivista e científico da época, surgindo no século XIX (19) em oposição ao
romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de
poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez que os seus autores
procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica. O seu nome
vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo
e às musas.
Caracteriza-se
pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo
preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por
estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido,
com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos
históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia
parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos
versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois
acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o
amor, por exemplo. O primeiro grupo de parnasianos de língua francesa reúne
poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao
lirismo como credo. Os principais expoentes são Théophile Gautier (1811-1872),
Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891) e José Maria de
Heredia (1842-1905), de origem cubana, Sully Prudhomme (1839-1907). Gautier
fica famoso ao aplicar a frase “arte pela arte” ao movimento.
Características gerais
Preciosismo:
focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras
e rimas ricas.
Objetividade e impessoalidade: O poeta
apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade,
sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição
combate o exagerado subjetivismo romântico.
Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum
tipo de compromisso, e se justifica por sua beleza. Faz referências ao
prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
Estética/Culto à forma: Como os poemas não
assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta
parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra
incapaz para tal.
Aspectos importantes para essa estética
perfeita são:
Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe
gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro
versos, porém também muito usada as rimas interpoladas.
Valorização dos Sonetos: É dada preferência para
os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas
estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no
último verso.
Metrificação Rigorosa: O número de sílabas
poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez
(decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no
período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez
sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis
sílabas, etc.
Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada
em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada
como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de
Alberto de Oliveira.
Temática Greco-Romana - A estética é muito
valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A
temática abordada pelos parnasianos recupera temas da antiguidade clássica,
características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos
descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e
até mesmo objetos.
Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima
sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no
verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para
priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como exemplo, este verso de Olavo
Bilac:
Cheguei,
chegaste. Vinhas fatigada
e triste. E triste
e fatigado eu vinha.
Em Portugal
Em
Portugal, o movimento não foi muito importante, tendo como autores Gonçalves
Crespo (nascido no Brasil mas criado em Portugal desde os 10 anos de idade),
João Penha, António Feijó e Cesário Verde.
No Brasil
No
Brasil, o parnasianismo dominou a poesia até a chegada do Modernismo
brasileiro. A importância deste movimento no país deve-se não só ao elevado
número de poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez que seus
princípios estéticos dominaram por muito tempo a vida literária do país,
praticamente até o advento do Modernismo em 1922.
Na
década de 1870, a poesia romântica deu mostras de cansaço, e mesmo em Castro
Alves é possível apontar elementos precursores de uma poesia realista. Assim,
entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do Romantismo, submetido a
uma crítica severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua
estética e em busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas
e realistas do momento.
Dessa
maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a
realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o
Parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de
Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando
chegou de uma estada em Paris. O Parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos
versos de Luís Guimarães Júnior (Sonetos e rimas. 1880) e Teófilo Dias
(Fanfarras. 1882), e firmou-se definitivamente com Raimundo Correia (Sinfonias.
1883), Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884) e Olavo Bilac (Relicário. 1888).
O
Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do
Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à
mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas.
Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua
preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas
ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto,
caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo. Este último
exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Os
poetas parnasianos veem o homem preso à matéria, sem possibilidade de
libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o
sensualismo.
Além
de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a
chamada tríade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil,
como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino Lopes,
Francisca Júlia, Guimarães Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart de
Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Antônio Augusto de
Lima, Luís Murat e Mário de Lima.
A
partir de 1890, o Simbolismo começou a superar o Parnasianismo. O realismo
classicizante do Parnasianismo teve grande aceitação no Brasil, graças
certamente à facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e forma que
de inspiração e essência. Assim, ele foi muito além de seus limites
cronológicos e se manteve paralelo ao Simbolismo e mesmo ao Modernismo em sua
primeira fase.
O
prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu movimento
a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os próprios poetas
simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando esta se
constituiu, em 1896. Em contato com o Simbolismo, o Parnasianismo deu lugar,
nas duas primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e de
transição:
Olavo Bilac
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia
Francisca Júlia
Vicente de Carvalho
Luís Delfino
Mário de Lima
Parnasianismo
– Wikipédia, a enciclopédia livre
pt.wikipedia.org/wiki/Parnasianismo
PARNASIANISMO - A ESTÉTICA DA “ARTE PELA ARTE”
Atendo-nos
à complementaridade referente ao título, ora caracterizada pela expressão “arte
pela arte”, temos a impressão de que a estética literária a que fazemos menção
parece se divergir daquelas com as quais já estabelecemos uma certa
familiaridade no que tange aos traços característicos.
Nosso
conhecimento acerca das particularidades inerentes à arte literária nos revela
que o “meio” externo também se tornou um fator que muito incidiu sobre o poder
criador de todos os representantes de nossas letras. Fato é que tal
exteriorização está intrinsecamente relacionada ao meio social como um todo, e
esse, por sua vez, muito influenciou as correntes ideológicas de todos os tempos.
Mas
agora voltando à divergência anteriormente mencionada, temos que as figuras
artísticas da era parnasiana não se deixaram abater por causas externas. Uma
vez pautadas sob uma ótica puramente neutra de capturar a realidade, cultuavam
a poesia voltada para si mesma. Em meio a esse ínterim, instaurava-se todo um
jogo de antissentimentalismo e, consequentemente, antirromantismo, pois
pregavam o ideal de que tais peculiaridades acabam por comprometer a capacidade
imaginativa, o profissionalismo poético do artista.
Com
base nesses pressupostos, já temos a ideia de que a poesia parnasiana esteve
arraigada por um rigor técnico. Foi justamente esse o traço marcante das
representações artísticas parnasianas, pois o poeta se revela como um ser frio
e indiferente às emoções. Assim sendo, a objetividade, o tecnicismo e a
imparcialidade ocupam lugar de destaque.
Digamos
que em virtude de todos esses pormenores, o Parnasianismo, esteticamente
dizendo, foi uma retomada aos moldes ligados à Antiguidade Clássica. A começar
pela nomenclatura (Parnasianismo), a qual se deve à publicação de coletânea Le
parnasse contemporain, obra que preconizava a volta ao mundo grego no tocante à
rima, métrica, impassibilidade nas descrições, como também no ideal de
impessoalidade. Tendo como principais precursores: Théophile Gautier, Stéphane
Mallarmé e Paul Verlaine.
Atendendo ao propósito de tornarmo-nos
conhecedores autênticos sobre os aspectos que nortearam toda a era em voga,
compartilharemos com algumas de suas relevantes características:
* O
culto ao belo – Para os representantes parnasianos, a forma deveria
sobrepor-se ao conteúdo, com vistas a alcançar, de modo efetivo, todo o rigor
apurado e formal.
* O
apego aos ideais clássicos – No intento de promover o universalismo temático,
o poeta tende a revelar uma objetividade ao extremo, mantendo-se altivo, sereno
e neutro às tentações mundanas.
* O
preciosismo formal – Preconizavam um vocabulário voltado para a erudição,
mesmo porque o referido posicionamento se fazia necessário para o alcance da
“perfeição”.
* A
valorização da forma clássica – Optavam pelo soneto (dois quartetos e dois
tercetos), pelo verso decassílabo (dez sílabas poéticas) ou alexandrino (doze
sílabas), pelas rimas ricas ou raras e, sobretudo, pela chave de ouro, ou seja,
o verso que conclui o poema de forma magistral.
* A
predominância de um recurso estilístico representado pelo hipérbato, que
consiste na representação indireta dos elementos discursivos, visando à
pomposidade, ao enobrecimento da linguagem propriamente dita.
Para
“fechar com chave de ouro” os nossos conhecimentos teóricos, observemos uma
criação poética representada pelo ilustríssimo Olavo Bilac:
Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu
filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Parnasianismo
– A estética da “arte pela arte” - Português
PARNASIANISMO NO BRASIL
O
Parnasianismo tem seu marco inicial com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo
Dias, em 1882. Contudo, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia
também auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil.
A
estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o
rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas
fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a
sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a doutrina da “arte pela
arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto
à realidade.
Contudo,
os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos
franceses, pois muitos poemas apresentam subjetividade e preferência por temas
voltados à realidade brasileira, contrariando outra característica do
parnasianismo francês: o universalismo.
Os
temas universais, vangloriados pelos franceses, se opunham ao individualismo
romântico, que revelava aspectos pessoais, desejos, aflições e sentimentos do
autor.
Outra
característica que o Parnasianismo brasileiro não seguiu à risca foi a visão
mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac, principalmente,
enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo.
No
Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac e Raimundo Correia.
O
poema “Profissão de fé” de Olavo Bilac é uma representação da estética
parnasiana no Brasil:
Veja um trecho:
(...)
E horas sem conta passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.
Porque o escrever – tanta perícia
Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por servir-te, Deusa serena,
Serena Forma!
Vemos
nas estrofes acima aspectos parnasianos, como “a arte pela arte”: o poeta deixa
claro que a arte poética exige do autor o afastamento quanto ao que acontece no
mundo.
Ainda
vemos a exaltação e procura por um rigor técnico, purismo na forma: o poeta diz
que escrever requer muita perícia, cuidado e engrandece a estética formal
“Serena Forma”.
Além
disso, observamos no poema a forma fixa dos sonetos, a rima rica e a perfeita
ou rara em contraposição aos versos livres e brancos dos poetas românticos.
Por Sabrina Vilarinho - Graduada em
Letras - Equipe Brasil Escola
parnasianismo
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PARNASIANISMO - PROJETO DESSOCIEDADE
Contexto histórico
Como
consequência da Revolução Industrial, o espaço geográfico, antes
predominantemente rural, começou a sofrer modificações. Surgiram grandes
aglomerações urbanas, e a sociedade acompanhou essa evolução: o proletariado,
que antes sobrevivia as custas de trabalho braçal, mal-remunerado e alienante
(muitas vezes em regime de escravidão) nas fazendas de seu senhor feudal,
passou a ser visto como mão-de-obra barata para trabalho braçal, mal-remunerado
e alienante (muitas vezes em regime de escravidão) nas fábricas de seus novos
patrões, os capitalistas industriais.
Só não
se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano...
Oswald de Andrade, demonstrando total
desconhecimento dos avanços tecnológicos de sua época
Surgimento do Parnasianismo
A ssim
como o tear automático tornou obsoletas as agulhas de crochê utilizadas por sua
tataravó, os poetas e músicos também foram perdendo espaço para as
recem-criadas máquinas de fazer versos.
Claro
que uma máquina de fazer versos, assim como qualquer outro equipamento
industrial, era (e ainda é) caríssima. Portanto, as únicas pessoas com poder
aquisitivo para comprá-las eram os próprios capitalistas industriais que, após
não verem modo algum de obter lucro com aquelas traquitanas, resolveram da-las
de presente seus filhos virgens de 30 anos que nunca desgrudaram da saia da
mamãe.
Como
naquela época muitas pessoas ainda não acreditavam em máquinas de fazer versos,
maquinas voadoras mais pesadas que o ar ou carroças sem cavalos, a autoria de
tais poemas foi atribuída aos donos das máquinas.
Alguns deles, como Baulellaire, Verlaine,
Mallarmé e Bilac se aproveitaram dessa situação e reuníram-se para
"criar" um novo pseudo movimento literário. O nome parnasianismo foi
retirado do local da reunião: o cabaré parisiense Le Parnasse, local que a
zelite frequentava para gastar os lucros do espólio imperialista bebendo licor
e comendo prostitutas de alta classe.
Características da poesia parnasiana
Elitismo: o autor parnasiano mantém uma soberba
indiferença frente aos dramas do cotidiano, isolando-se em suas casinhas de
bonecas.
Pedantismo: Qualquer texto escrito por autores não
pertencentes ao clubinho parnasiano era considerado não-literário, indigno de
ser publicado em um livro. Na época, os parnasianos orgulhavam-se de serem
pedantes. Após estudos feitos por escritores e/ou cientistas naturalistas, tal
pedantismo passou a ser classificado como uma doença .
Estética e culto à forma: A estética é muito
valorizada no Parnasianismo, principalmente os corpos másculos de deuses
gregos, heróis e personagens históricos, além da descrição detalhada de objetos
trabalhados em ouro.
Ausência de conteúdo: O Parnasianismo foi, em
última análise, uma arte que não serviu para porra nenhuma, nem para a difusão
de qualquer ideologia, nem à ninguém; Uma arte voltada para seu próprio umbigo,
em suma.
Parnasianismo
- Desciclopédia
desciclopedia.ws/wiki/Parnasianismo
A IMPORTÂNCIA DO PARNASIANISMO NO BRASIL
O
movimento parnasiano teve grande importância no Brasil, não apenas pelo elevado
número de poetas, mas também pela extensão de sua influência. Seus princípios
doutrinários dominaram por muito tempo a vida literária do país. Na década de
1870, a poesia romântica deu mostras de cansaço, e mesmo em Castro Alves é
possível apontar elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre
1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do romantismo, submetido a uma crítica
severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em
busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas e realistas
do momento.
Dessa
maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a
realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o
parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de
Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando
chegou de uma estada em Paris. O parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos
versos de Luís Guimarães Júnior (1880; Sonetos e rimas) e Teófilo Dias (1882;
Fanfarras), e firmou-se definitivamente com Raimundo Correia (1883; Sinfonias),
Alberto de Oliveira (Meridionais) e Olavo Bilac (1888; Poesias).
O
parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do
parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à
mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas.
Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua
preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas
ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto,
caracteriza-se pelo realismo, o universalismo e o esteticismo. Este último
exige uma forma perfeita quanto à construção e à sintaxe. Os poetas parnasianos
vêem o homem preso à matéria, sem possibilidade de libertar-se do determinismo,
e tendem então para o pessimismo ou para o sensualismo.
Além
de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a
trindade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como
Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino da Costa Lopes,
Francisca Júlia, Guimarães Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart de
Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Augusto de Lima e
Luís Murat.
A
partir de 1890, o simbolismo começou a superar o parnasianismo. O realismo
classicizante do parnasianismo teve grande aceitação no Brasil, graças
certamente à facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e forma que
de inspiração e essência. Assim, ele foi muito além de seus limites
cronológicos e se manteve paralelo ao simbolismo e mesmo ao modernismo.
O
prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu movimento
a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os próprios poetas
simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando esta se
constituiu, em 1896. Em contato com o simbolismo, o parnasianismo deu lugar,
nas duas primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e de
transição.
PARNASIANISMO
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Excelente!
ResponderExcluirmuito bom o texto . Bem explicativo e esclarecedor.
ResponderExcluirmuito bom o texto . Bem explicativo e esclarecedor.
ResponderExcluirQUANDO TERMINOU E PORQUE? N ENTENDI ISSO...
ResponderExcluirGostaria de saber pq não teve tanto destaque em Portugal
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