II – ROMANCE ROMÂNTICO URBANO

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1.JOAQUIM  
   MANUEL
DE MACEDO
• Com A Moreninha (1844). inicia o romance brasileiro: romance urbano de costumes.
Seus romances em geral: crônica de costumes e ambientação urbana,  contando uma história de amor entre dois jovens que, após a superação de certos obstáculos, chegam ao casamento.
Romance dentro dos padrões burgueses da época. Fraca construção psicológica das personagens e visão superficial da sociedade. Linguagem simples, direta, fluente.
• Escreveu quase uns vinte romances: O moço loiro, A luneta mágica, As mulheres de mantilha. Também escreveu várias comédias e dramas.
2.MANUEL
   ANTÔNIO
DE ALMEIDA
• Famoso por seu único romance: Memórias de um sargento de milícias (1854-1855): conta as peripécias do malandro Leonardo, filho de imigrantes  portugueses. De uma infância endiabrada a uma juventude folgazona, sem  trabalhar,metendo-se em divertidas encrencas. Preso pelo major Vidigal,  acaba se engajando na tropa e sendo promovido a sargento. Finalmente,  casa-se com a jovem viúva Luisinha, seu amor antigo.
• Ao mesmo tempo, é uma crônica pitoresca sobre a vida e o povo carioca nos  tempos do rei D. João VI.
• Tipos humanos, costumes populares, comicidade, movimentação dos episódios, incorporação de saborosas expressões populares — eis seus principais ingredientes.
3.JOSÉ  DE 
   ALENCAR
Principal romancista romântico. Enquadra-se tanto dentro do romance urbano como no romance regionalista.
Romance urbano: ambientado no Rio de Janeiro, com temática envolvendo  amor e dinheiro. Destaque dado às personagens femininas. Principais romances: Senhora e Lucíola. Os outros: Cinco minutos, A viuvinha, Diva, A pata da gazela, Sonhos d’ouro, Encarnação.
Romance indianista: o índio como protagonista, idealizado; a paisagem selvática; a linguagem e os costumes indígenas; o confronto entre as civilizações indígena e européia.
 — O Guarani: o índio goitacá Peri protegendo e salvando sua amada Ceci, um branca.
 — Iracema: a índia tabajara e seu devotado amor por Marfim, um guerreiro branco.
— Ubirajara: os feitos e os afetos de Jaguaré, índio Araguaia, no período pré-cabralino.
• Romance histórico: painel de época, remontando aos primórdios de nossa formação sócio-cultural. Em As minas de prata: a reconstituição do período colonial da Bahia seiscentista. Em Guerra dos Mascates: a exploração, em tom de comédia, da histórica rivalidade entre os brasileiros de Olinda e os portugueses do Recife, por volta de 1710.
Romance regionalista: tentativa de caracterização do que, na época, eram as grandes regiões do país: o Norte (O Sertanejo); o Sul (O Gaúcho): e o Centro (O Tronco do Ipê; Til). A paisagem local; os habitantes: tipos,  costumes, atividades, estruturas  sociais, linguagem.


                 
   III-  ROMANCE  ROMÃNTICO   REGIONALISTA

1. BERNARDO GUIMARÃES
• Iniciador do romance romântico sertanista (regionalista) com O Ermitão de Muquém (1866). Autor de uns dez romances, sendo mais famosos: O  Seminarista, O Garimpeiro e A Escrava Isaura.
• Focaliza, em várias narrativas, o universo interiorano de Minas e Goiás: sua paisagem, tipos humanos, costumes e linguagem.
• Em O Seminarista (1872), narra a história trágica do amor de Eugênio e Margarida. Ele é forçado pela família a seguir a carreira sacerdotal: e ela se  mantém solteira, fiel a seu amor de infância. Já padre. ao voltar à terra natal, se reencontram. Vivem intensamente um momento de paixão. Ela, doente, morre. Ele, ao ir celebrar a sua primeira missa, enlouquece.
2.VISCONDE
   DE TAUNAY
• Sua obra mais famosa é Inocência (1872). É a história comovente e dramática de Cirino e Inocência, passada nos sertões do Mato Grosso. Hospedado na casa do fazendeiro Pereira, Cirino, fazendo-se passar por médico, trata d Inocência, devolvendo-lhe um pouco de saúde. Apaixonam-se. Mas ela já está prometida ao vaqueiro Manecão, que se vinga assassinando Cirino. Esgotada, Inocência não resiste e morre, fiel a seu amor.
• Embora romântico pela trama amorosa, o romance apresenta certo caráter realista pela precisão, detalhismo e verossimilhança nas descrições.
 3.FRANKLIN
   TÁVORA
• Polêmico, critica o regionalismo de Alencar e sustenta que o Norte/Nordeste têm melhores condições de produzir urna autêntica literatura brasileira.
• Seu romance mais conhecido é O Cabeleira (1876). Misto de reconstituição histórica e regionalismo, conta a vida de José Gomes (O Cabeleira), cangaceiro célebre, precursor de Lampião A mãe tenta educá-lo para o bem, mas o pai o torna um facínora. Ao final, influenciado por Luisinha, um amor de infância, Cabeleira promete se regenerar. Mas acaba preso e enforcado no Recife.

                       QUESTÕES DE PROVAS
   -Vendido! exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
  -Vendido sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.

QUESTÃO 01 - Com relação ao fragmento acima, extraído da obra de José de Alencar, pode-se afirmar que
a. (  ) Contempla a visão de mundo do período romântico: a idealização da mulher e seu
    autoritarismo diante do homem. -
b. (  ) Pertence à segunda parte do romance — QUITAÇÃO — onde Aurélia confessa ter
    comprado o marido.
e. (  ) Apresenta uma característica romântica bastante evidenciada durante toda a narrativa: o 
     uso da razão em detrimento ao sentimentalismo.
d. (  ) Aurélia Camargo, em sua fala, exemplifica uma posição crítica do autor ao denunciar
     a hipocrisia, o materialismo e o jogo de interesses da sociedade da época.
e. (  ) Os protagonistas Aurélia Camargo e Fernando Seixas, em função da situação criada
    pela discussão, jamais conseguiram se entender, o que gerou a separação do casal alguns anos depois.

QUESTAO 02 — LeIa o seguinte fragmento, final da obra O Guarani, José de Alencar.
   Ambos, árvore e homem, embalançaram-se no seio das águas: a haste oscilou; as raízes desprenderam-se da terra já minada profundamente pela torrente.
   A cúpula da palmeira, embalançando-se graciosamente, resvalou pela flor da água como um ninho de garças ou alguma ilha flutuante, formada pelas vegetações aquáticas.
 Peri estava de novo sentado junto de sua senhora quase inanimada: e, tomando-a nos braços, disse-lhe com um acento de ventura suprema:
   — Tu viverás!...
  Cecília abriu os olhos, e vendo seu amigo junto dela, ouvindo ainda suas palavras, sentiu o enlevo que deve ser o gozo da vida eterna. 

Nesta passagem, na qual Peri, herói índio da história, arranca uma palmeira do chão para salvar sua senhora Cecília, moça branca, há vários símbolos que estavam presentes no Romantismo brasileiro. Dentre eles, destacam-se:___________________________________________________

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