VII – SIMBOLISMO (1893 – 1902)

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1.CONTEXTO
Contemporâneo do Parnasianismo. Igualmente voltado para o campo da poesia.
. O número 1 de Le Parnasse Contemporain (1866) é fonte comum do Parnasianismo e do Simbolismo, destacando-se Baudelaire, Verlaine e Mallarmé, principais poetas simbolistas franceses.
• Conhecido inicialmente como Decadentismo.
2.MARCO INICIAL
• Publicação, em 1893, de dois livros de Cruz e Sousa: Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poemas em verso).

3.CARACTERÍSTICAS
Subjetivismo: mergulho no mundo interior, nas esferas do inconsciente e subconsciente, e sugestão: universo interior descrito de forma indireta, insinuada, sugerida.
Linguagem figurada: uso abundante de metáforas, símbolos, imagens, sinestesias, associações, contrastes...
.Musicalidade: destaque aos recursos sonoros da linguagem.
.Misticismo: tendência para o espiritualismo e esoterismo.

4.POETAS  
   SIMBOLISTAS
Cruz e SousaLivros: Missal, Broquéis, Faróis e Últimos sonetos.
Temática: 1irismo amoroso, sofrimento, revolta, espiritualidade.
Estilo: linguagem muito figurada, musicalidade, repetições e hipérboles, atmosfera de vagueza e misticismo, obsessão pela cor branca, gosto pelo soneto.
Poemas famosos: Antígona, Vida obscura, Cárcere de almas, Violões que choram..., Monja Negra.
. Alphonsus de Guimaraens  - Obras principais: Setenário das Dores de Nossa Senhora, Câmara Ardente, Dona Mística, Kyriale, Pastoral aos Crentes  do Amor e da Morte, Escada de Jacó, Pulvis.
Temática: a morte da mulher amada, amor, morte, misticismo religioso.   
Estilo: apuro de linguagem, riqueza e precisão vocabular, habilidade versificatória, expressiva musicalidade.
Poemas famosos: Ismália, Hão de chorar por ela os cinamomos, A Catedral.
. Augusto dos Anjos — Autor de difícil classificação, também considerado pré-modernista. Único livro: Eu.
Temática: o universo em decomposição; inquietação filosófica sobre o enigma do Universo e da vida; vocabulário abundante da área técnico-científica (biologia, físico- química, evolucionismo...).
Poemas famosos: Versos Íntimos, Psicologia de um vencido, Asas de corvo, O lamento das coisas, A ideia.

Psicologia de um vencido
                                           Augusto dos Anjos
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente  hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!



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