CARACTERÍSTICAS DO
REALISMO
Veracidade: Demonstra o que ocorre
na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos
Contemporaneidade: descreve a realidade,
fala sobre o que está acontecendo de verdade.
Retrato fiel das
personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.
Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.
Amor: a mulher objeto de
prazer/adultério.
Denúncia das injustiças
sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
Determinismo e relação
entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as
atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas
ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente
e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
Linguagem próxima à
realidade: simples, natural, clara e equilibrada.
CORRENTES FILOSÓFICAS DA
ÉPOCA
Positivismo (Augusto Comte)
Determinismo (Hippolyte Taine)
Darwinismo (Charles Darwin)
Evolucionismo social (Herbert Spencer)
Socialismo Utópico (Saint-Simon)
Socialismo Científico (Karl Marx)
O REALISMO NAS ARTES
O Realismo fundou uma Escola
artística que surge no século XIX em reação ao Romantismo e se desenvolveu
baseada na observação da realidade, na razão e na ciência.
Como movimento artístico, surgiu
na França, e sua influência se estendeu a numerosos países. Esta corrente
aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais contra o
socialismo progressivamente mais dominador, ao mesmo tempo em que há um
crescente respeito pelo fato empiricamente averiguado, pelas ciências exactas e
experimentais e pelo progresso técnico. Das influências intelectuais que mais
ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reação contra as excentricidades
românticas e contra as suas idealizações da paixão amorosa. A passagem do
Romantismo para o Realismo corresponde uma mudança do belo e ideal para o real
e objetivo.
O Realismo na pintura
Principais pintores realistas: Édouard Manet, Gustave
Courbet, Honoré Daumier, Jean-Baptiste Camille Corot, Jean-François Millet, Théodore Rousseau
O Realismo na escultura
Na escultura, o grande representante
realista foi o Auguste Rodin. O escultor não se preocupou com a idealização da
realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além
disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes
uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação
do momento significativo de um gesto humano.
O Realismo na arquitetura
Os arquitetos e engenheiros
procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela
industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas
precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas,
escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova
burguesia.
O Realismo no teatro
Com o realismo, problemas do
cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do
dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo
realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça
realista, A Dama das Camélias (1852),
que trata da prostituição.
Fora da França, um dos expoentes
é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em , por exemplo, trata da situação social da
mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936),
autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946),
autor de Os Tecelões.
O Realismo pode ser visto até
hoje em dia, em peças teatrais como o Homem
da Faixa Preta e outras.
O REALISMO NA LITERATURA
Motivados pelas teorias
científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar
o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora
ou idealizada da vida, como fizeram os românticos; desejaram mostrar a face nunca
antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do
egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Uma característica do romance
realista é o seu poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao
romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma
natural, ou por meio de histórias como Machado de Assis. Se um autor desejasse
criticar a postura de alguma entidade, não escreveria um soneto para tanto,
porém escreveria histórias que envolvessem-na de forma a inserir nessas
histórias o que eles julgam ser a entidade e como as pessoas reagem a ela.
Em lugar do egocentrismo
romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em
criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída
pela visão objetiva, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar
falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos
comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de
problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do
romance realista Madame Bovary (1857)
de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert,
Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Charles Dickens.
O REALISMO EM PORTUGAL
O Realismo na Literatura surge
quando o Bile (Wellington Victor Mohr)quer. Portugal após 1865, devido à
Questão Coimbrã e às Conferências do Casino, como resposta à artificialidade,
formalidade e aos exageros do Romantismo de uma sentimentalidade mórbida. Eça
de Queirós é apontado, junto a Antero de Quental, como o autor que introduz
este movimento no país, sendo o romance social, psicológico e de tese a
principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distracção e torna-se meio de
crítica a instituições, à hipocrisia burguesa (avareza, inveja, usura), à vida
urbana (tensões sociais, económicas, políticas) à religião e à sociedade,
interessando-se pela análise social, pela representação da realidade
circundante, do sofrimento, da corrupção e do vício. A escravatura, o racismo e
a sexualidade são retratados com uma linguagem clara e directa.
A primeira manifestação do
Realismo em Portugal deu-se inicialmente na Questão Coimbrã, polémica esta que
significou, nas palavras de Teófilo Braga “a dissolução do Romantismo”. Nela se
manifestaram pela primeira vez as novas ideias e o novo gosto de uma geração
que reagia contra o marasmo em que tinha caído o Romantismo.
O segundo episódio verificou-se
em 1871 nas Conferências do Casino (ou Conferências Democráticas do Casino).
Nessa nova manifestação da chamada Geração de 70, os contornos do que seria o
Realismo apareceram desenhados com maior nitidez, especialmente através da
conferência realizada por Eça de Queirós intitulada O realismo como nova
expressão da arte. Sob a influência do Cenáculo, e da sua figura central,
Antero de Quental, Eça funde as teorias de Taine, do determinismo social e da
hereditariedade com as posições estético-sociais de Proudhon. Atacando o estado
das letras nacionais e propôs uma nova arte, uma arte revolucionária, que
respondesse ao "espírito dos tempos" (zeitgeist), uma arte que agisse
como regeneradora da consciência social, que pintasse o real sem floreados.
Para Eça só uma arte que mostrasse efectivamente como era a realidade, mesmo
que isso implicasse entrar em campos sórdidos, poderia fazer um diagnóstico do
meio social, com vista à sua cura. Assim reagia contra o espírito da arte pela
arte, visando mostrar os problemas morais e assim contribuir para aperfeiçoar a
Humanidade. Com este cientificismo, Eça de Queirós já situava o Realismo na sua
posição extrema de Naturalismo.
Houve reacções: Pinheiro Chagas
atacou Eça. Luciano Cordeiro argumentou que ele próprio já tinha defendido posições
parecidas. A implantação efectiva do Realismo dá-se com a publicação do O Crime do Padre Amaro, seguida, dois
anos mais tarde, pelo Primo Basílio,
obras ambas de Eça, que são caracterizadas por métodos de narração e descrição
baseados numa minuciosa observação e análise dos tipos sociais, físicos e
psicológicos, aparecendo os factores como o meio, a educação e a
hereditariedade a determinarem o carácter moral das personagens. São romances
que têm afinidade com os de Émile Zola, com o intuito de crítica de costumes e
de reforma social.
O primeiro desses romances foi
acolhido pelos críticos de então com um silêncio generalizado. O segundo provocou
escândalo aberto. E a polêmica e a oposição entre Realismo e Romantismo estala
definitivamente. Pinheiro Chagas ataca Eça considerando-o antipatriota, pelo
modo como apresenta a sociedade portuguesa. Chegaram a aparecer panfletos
acusando os realistas de desmoralização das famílias (Carlos Alberto Freire de
Andrade: A escola realista, opúsculo oferecido às mães).
Camilo Castelo Branco vai
parodiar o Realismo com Eusébio Macário(1879)
e voltando a parodiar com A Corja
(1880). Mas curiosamente, mesmo através da paródia, Camilo vai absorver a nova
escola, como é nítido na novela A
Brasileira de Prazins. (1882).
Entretanto o paladino do
Realismo, Eça, vai desorientar os seus seguidores ortodoxos com a publicação de
O Mandarim. O que faz com que Silva
Pinto (1848-1911) que tinha exposto a teoria da escola realista e elogiado Eça
num panfleto intitulado Do Realismo na Arte, vai agora atacar Eça em Realismos,
ridicularizando o novo estilo deste. Reis Dâmaso, na Revista de Estudos Livres
vai-se insurgir contra a publicação de O
Mandarim acusando Eça de ter atraiçoado o movimento. Estas acusações não
eram infundadas porque de facto Eça já estava a descolar de um realismo
ortodoxo para o seu estilo mais pessoal onde o seu humor e a sua fantasia se
aliam num estilo único.
Desde a implantação do
Realismo com a conferência de Eça, o movimento logrou um núcleo de apoiantes
que se desmultiplicaram em explicar e defender o seu credo estético. Esse
núcleo resvalou, em geral, para uma posição mais extremadamente Realista, o
Naturalismo, tornando-se ortodoxo e dogmático. Os defensores dessa posição são
José António dos Reis Dâmaso (1850-1895) e Júlio Lourenço Pinto (1842-1907)
autor da Estética naturalista, que pretendia ser um evangelho do Naturalismo.
No entanto esses dois autores são fracos do ponto de vista literário e
totalmente esquecidos hoje em dia.
Aqueles que não enveredaram por posições tão
rígidas estão menos esquecidos, como Luís de Magalhães, que nos deixou O Brasileiro Soares (1886), livro
prefaciado por Eça. Outros nomes são Trindade Coelho, Fialho de Almeida e
Teixeira de Queirós.
Por volta de 1890 o
Realismo/Naturalismo tinha perdido o seu ímpeto em Portugal. Em 1893, o próprio
Eça o declarava morto nas Notas Contemporâneas: “o homem experimental, de
observação positiva, todo estabelecido sobre documentos, findou (se é que
jamais existiu, a não ser em teoria).
Embora por vezes doutrinariamente fraco e/ou confuso o Realismo em Portugal
apresenta-se por isso mesmo, mais do que um movimento consistente, como uma
tendência estética, um sentir novo, que se opôs ao Idealismo e ao Romantismo. A
sua consequência mais importante foi a introdução em Portugal às influências
estrangeiras nos vários domínios do saber. Alargando as escolhas literárias e
renovando um meio literário que estava muito fechado sobre si mesmo.
O REALISMO NO BRASIL
A partir da extinção do tráfico
negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil e o
país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social
que daí se origina, aliado à leitura de grandes mestres realistas europeus como
Stendhal, Balzac, Dickens e Victor Hugo, propiciaram o surgimento do Realismo
no Brasil.
Assim, em 1881, Aluísio Azevedo
publica O Mulato (primeiro romance
naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás
Cubas (primeiro romance realista do Brasil).
Lembrando que Machado de Assis foi o principal escritor do Realismo no
Brasil, suas principais obras foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas
Borba e Dom Casmurro.
O realismo na Literatura manifesta-se na prosa.
A poesia da época vive o parnasianismo. O romance - social, psicológico e de
tese - é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e
torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à
hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são
os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
Na passagem do romantismo para o realismo
misturam-se aspectos das duas tendências. Um dos representantes dessa transição
é o escritor e dramaturgo francês Honoré de Balzac (1799-1850), autor do
conjunto de romances Comédia Humana.
Outros autores importantes são os franceses Stendhal (1783-1842), que escreve O Vermelho e o Negro , e Prosper Merimée
(1803-1870), autor de Carmen, além do
russo Nikolay Gogol (1809-1852), autor de Almas
Mortas.
O marco inicial do realismo na Literatura
é o romance Madame Bovary , do
francês Gustave Flaubert (1821-1880). Outros autores importantes são o russo
Fiódor Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov; o português Eça de Queirós (1845-1900), que
escreve Os Maias; o russo Leon
Tolstói (1828-1910), criador de Anna
Karenina e Guerra e Paz; os
ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas Hardy (1840-1928), de Judas, o Obscuro.
A tendência desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).
A tendência desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).
No Brasil, o realismo marca mais
intensamente a literatura e o teatro.
Artes plásticas -Entre os artistas brasileiros, tem maior expressão o
realismo burguês, nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas
telas é o cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam
Belmiro de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos,
que retrata a discussão de um casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde,
Almeida Júnior aproxima-se de um realismo mais comprometido com as classes
populares, como em Caipira Picando Fumo.
Literatura -O realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o
parnasianismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo
de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os
preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com
linguagem clara e direta
O realismo atrai vários escritores,
alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao
regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos
Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.
Teatro -Os problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói
romântico é substituído por personagens do dia a dia e a linguagem passa a ser
coloquial. Entre os principais autores estão romancistas realistas, como
Machado de Assis, que escreve Quase Ministro, e alguns românticos, como José de
Alencar, com O Demônio Familiar, e
Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo
e Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador
de comédias e operetas como A Capital
Federal e O Dote, Quintino
Bocaiúva
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enciclopédia livre - pt.wikipedia.org
JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS
Joaquim Maria Machado de Assis, também
conhecido como Machado de Assis, Machado, ou bruxo (21 de junho de 1839 - 29 de
setembro de 1908), era um brasileiro romancista , poeta , dramaturgo , conto
escritor e defensor da monarquia . Considerado por muitos como o maior escritor
da literatura brasileira, no entanto, ele não ganhou popularidade fora do
Brasil em sua própria vida. Ele era multilingue, tendo aprendido francês,
inglês, alemão, grego .
As obras de Machado de Assis tiveram uma grande influência sobre as escolas
literárias do século 19 e início do século 20. José Saramago , Carlos Fuentes ,
Woody Allen e Susan Sontag estão entre seus admiradores, o crítico americano
Harold Bloom chama de "o supremo artista preto literário até à data "
, embora Machado de Assis não tenha se chamado de "negro" .
Nascimento e adolescência
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21
de Junho de 1839 em Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil . Seus pais eram Francisco José de Assis, um
mulato pintor de paredes, e Maria Leopoldina da Câmara Machado, uma lavadeira
açoriano-portuguesa. Ele nasceu em Livramento casa de campo, de propriedade de
Dona Maria José de Mendonça Barro Pereira, viúva do senador Bento Barroso
Pereira , que protegeu seus pais e lhes permitiu viver com ela. Dona Maria José
tornou-se madrinha de Joaquim e seu cunhado, comendador Joaquim Alberto de
Sousa da Silveira, o padrinho, e ambos foram homenageados, dando seus nomes
para o bebê. Machado tinha uma irmã que morreu jovem. Estudou em uma escola
pública, mas não foi um bom aluno. C
Numa festa onheceu Padre Silveira Sarmento, que se tornou seu professor de latim
e também amigo.
Quando Joaquim tinha dez anos, sua mãe
morreu e seu pai, juntamente como ele, se mudou para São Cristóvão. Francisco
de Assis conheceu a mulata Maria Inês da Silva, e eles se casaram em 1854.
Joaquim teve aulas em uma escola só para meninas, graças a sua madrasta que
trabalhava lá fazendo doces. À noite, ele aprendeu francês com um padeiro
imigrante. Em sua adolescência, ele conheceu o mulato Francisco de Paula Brito
, dono de uma livraria, um jornal e tipografia. Em 12 de janeiro de 1855, Francisco de Paula
publicou o poema Elle ("Ela"), escrito por Joaquim, de 15 anos de
idade, no jornal Marmota Fluminense . No ano seguinte, ele foi contratado como
aprendiz de tipógrafo na Oficial Imprensa (Imprensa Oficial, carregada com a
publicação das medidas do Governo), onde foi incentivado como um escritor por
Manuel Antônio de Almeida , diretor do jornal e também um romancista. Lá, ele
também se reuniu com Francisco Otaviano , jornalista e senador depois liberal,
e Quintino Bocaiúva , que décadas mais tarde se tornaria conhecido por seu
papel como um orador republicano.
Início da carreira e da educação
Francisco Otaviano Machado o contratou
para trabalhar no jornal Correio Mercantil como revisor em 1858. Ele continuou
a escrever para o Marmota Fluminense e também para vários outros jornais, mas
ele não ganhava muito e teve uma vida humilde. Como não morava mais com seu pai, era comum para
ele comer só uma vez por dia por falta de dinheiro.
Nessa época, ele se tornou amigo do
escritor e político liberal José de Alencar , que lhe ensinou inglês . Da
literatura inglesa , ele foi influenciado por Laurence Sterne , William
Shakespeare , Lord Byron e Jonathan Swift . Ele aprendeu alemão anos mais tarde
e em sua velhice, grego . Foi convidado por Bocaiúva a trabalhar em seu jornal
Diário do Rio de Janeiro, em 1860. Machado tinha uma paixão por teatro e
escreveu várias peças por um curto período de tempo, e seu amigo Bocaiúva
concluiu: "Seus trabalhos são feitos para serem lidos e não
encenados". Ele ganhou alguma
notoriedade e começou a assinar seus escritos como JM Machado de Assis, a
maneira como ele seria conhecido para a posteridade: Machado de Assis
Seu pai Francisco de Assis morreu em
1864. Machado soube da morte de seu pai através de conhecidos. Ele dedicou sua
compilação de poemas chamado "Crisálidas"
a seu pai: "Para a memória de Francisco José de Assis e Leopoldina Maria
Machado de Assis, os meus pais ". Com a ascensão do Partido Liberal ao
poder naquela época, Machado pensou em pode receber um patrocínio que iria ajudá-lo
a melhorar sua vida. Para sua surpresa, a ajuda veio do Imperador Dom Pedro II
, que o contratou como assistente de direção, no Diário Oficial, em 1867, e foi
nomeado cavaleiro como uma honra. Em 1888, Machado foi nomeado oficial da Ordem
da Rosa.
Casamento e família
Em 1868 Machado conheceu a portuguesa
Carolina Augusta Xavier de Novais, cinco anos mais velha que ele.Ela era a irmã
de seu colega Faustino Xavier de Novais, para quem trabalhou na revista O
Futuro. Aflito pelo gaguejo, Machado era
extremamente tímido, baixo e magro, mas era muito inteligente e bem educado. Ele se
casou com Carolina em 12 de novembro de 1869, embora seus pais Miguel e Adelaide,
e seus irmãos reprovassem porque Machado era mulato e ela era de ascendência
puramente europeia. Eles não tiveram filhos.
Literatura
Machado conseguiu subir na carreira
burocrática, primeiro no Departamento de Agricultura. Três anos depois, ele se
tornou o chefe de uma seção na mesma. Ele publicou dois livros de poesia: Falenas , em 1870, e Americanas , em 1875. Sua recepção fraca
o fez explorar outros gêneros literários.
Ele escreveu vários romances românticos,
tais como: Ressurreição , A Mão e Luva ,
Helena e Iaiá Garcia . Os livros foram um sucesso com o público, mas os
críticos literários os consideraram medíocres. Machado sofreu repetidos ataques
de epilepsia , aparentemente relacionados à morte de seu velho amigo José de
Alencar. Ele se tornou melancólico , pessimista e fixo sobre a morte. Seu
próximo livro, marcado por "um tom cético e realista ", Memórias
póstumas de Brás Cubas (também traduzido como Epitáfio para um Pequeno Vencedor ), é amplamente considerado uma
obra-prima. Até o final da década de
1880, Machado ganhou grande renome como escritor.
Embora ele se opusesse à escravidão,
nunca falou contra ela em público. Ele evitou discutir política. Foi criticado
pelo abolicionista José do Patrocínio e pelo escritor Lima Barreto por ficar
longe da política, especialmente da
causa da abolição. Ele também foi criticado por eles por ter se casado com uma
mulher branca.
Machado foi pego de surpresa com a
monarquia derrubada em 15 de novembro de 1889.
Não tinha simpatia pelo republicanismo, ele se considerava um liberal
monarquista e venerava Pedro II, a quem ele percebia como "um humilde,
homem honesto, bem-instruído e patriota, que soube fazer de um trono uma
cadeira [por sua simplicidade], sem diminuir . sua grandeza e respeito ".
Quando uma comissão foi ao escritório público onde trabalhou para remover a
imagem do ex-imperador, o Machado tímido desafiou-os: "A imagem entrou
aqui por um fim e deve deixar apenas por outra ordem ".
O nascimento da república brasileira fez
Machado tornar-se mais crítico e observador da sociedade brasileira de seu
tempo. A partir de então, ele escreveu "não só os grandes romances de sua
época, mas os maiores de todos os tempos da literatura brasileira : Quincas Borba (Filósofo ou cão?) (1891),
Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908), obras
consideradas sucessos tanto críticos
quanto de público. Em 1893 ele publicou "A Missa do Galo" considerado seu maior conto.
Últimos anos
Machado de Assis, juntamente com colegas
monárquicos , como Joaquim Nabuco , Manuel de Oliveira Lima , Celso Afonso de
Assis e Alfredo d'Escragnolle Taunay , e outros escritores e intelectuais,
fundou a Academia Brasileira de Letras . Ele foi o primeiro presidente, de 1897-1908, quando ele morreu. Por muitos
anos, ele pediu que o governo concedesse uma sede própria para a Academia, que
ele conseguiu obter em 1905. Em 1902 ele foi transferido para diretoria da
contabilidade do Ministério da Indústria.
Sua esposa Carolina Novais morreu em 20
de outubro de 1904, depois de trinta e cinco anos de uma vida " casada
perfeita". Sentindo-se deprimido e solitário, Machado não sobreviveu a ela
por muito mais tempo, e morreu em 29 de setembro de 1908.
Estilo narrativo
O estilo de Machado é único, e vários
críticos literários têm tentado descrevê-lo desde 1897. Ele é considerado por
muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos, e um dos maiores
romancistas do mundo e contistas. Suas crônicas não compartilham o mesmo
status. Seus poemas são muitas vezes mal compreendido pela utilização de termos
brutos, por vezes associado ao estilo de Augusto dos Anjos , outro escritor
brasileiro.
Machado de Assis foi incluído no pelo crítico
literário americano Harold Bloom na lista dos 100 maiores gênios da literatura, ao lado de
escritores como Dante , Shakespeare e Cervantes . Bloom considera-o o maior escritor
negro na literatura ocidental, uma classificação
baseada na concepção de raça nos Estados
Unidos.
Suas obras têm sido estudados por críticos
em vários países do mundo.
Os críticos estão divididos quanto à
natureza da escrita de Machado de Assis. Alguns, como Abel Barros Baptista,
classificam Machado como um ferrenho antirrealista, e argumentam que sua
escrita faz ataques ao realismo, com o
objetivo de negar a possibilidade de representação ou a existência de uma
realidade objetiva significativa. Críticos realistas como John Gledson são mais
propensos a considerar a obra de Machado como uma descrição fiel da realidade
brasileira, mas executado com uma técnica inovadora ousadia. Historiadores como
Sydney Chalhoub argumentam que a prosa de Machado constitui uma exposição da
disfunção social, política e econômica do Brasil do Segundo Império. Os
críticos concordam sobre a forma como ele usou técnicas inovadoras para revelar
as contradições de sua sociedade. Roberto Schwarz ressalta que as inovações
Machado em prosa narrativa são usados para expor as hipocrisias, contradições e disfunção do Brasil
do século XIX. Schwartz, um marxista, afirma que Machado inverte a narrativa com
muitas convenções e intelectual para revelar os perniciosos fins para os quais
eles são usados. Assim, vemos críticos reinterpretar Machado de acordo com seus
próprios projetos ou a sua percepção de qual a melhor forma de validá-lo para
seu próprio momento histórico. Independentemente disso, sua prosa incisiva
brilha, capaz de se comunicar com os leitores de diferentes épocas e lugares,
transmitindo seu sentido irônico e ainda da proposta de que nós, como seres
humanos, somos.
O estilo
literário de Machado de Assis tem inspirado muitos escritores brasileiros. Suas
obras foram adaptadas para teatro, televisão e cinema. Em 1975, a Comissão de
Machado de Assis, organizada pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e
publicou as edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Suas
principais obras foram traduzidas para vários idiomas.
Grandes escritores do século 20, como
Salman Rushdie , Cabrera Infante e Carlos Fuentes , bem como o diretor de
cinema americano Woody Allen , proclamaram o seu entusiasmo para sua ficção. Apesar dos esforços e patrocínio de tais
intelectuais bem conhecidos como Susan Sontag , Harold Bloom , e Elizabeth
Hardwick , os livros de Machado de livros, os mais famosos dos quais estão
disponíveis em Inglês, em várias traduções, nunca alcançaram grandes vendas no
mundo de fala Inglesa e ele continua a ser relativamente desconhecido, mesmo em
comparação com outros países.
Obras
Podemos dividir as obras de Machado de
Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas
obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos
amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as
seguintes obras: Ressurreição (1872),
seu primeiro livro, A Mão e a Luva
(1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
Na Segunda Fase ( fase realista ),
Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É
a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo
literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano,
destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase
destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas
de Brás Cubas (1881), Quincas Borba
(1892), (1900) e Memorial
de Aires (1908).
Machado de Assis
também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista.
Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas
literárias e teatrais.
Lista de obras
1864 - Crisálidas (
Chrysalids ; poesia)
1870 - Falenas (
Phalaenae ; poesia)
1870 - Contos
Fluminenses ( Contos do Rio , coleta de contos)
1872 - Ressurreição
( Resurrection , romance)
1873 - Histórias da
Meia Noite ( Histórias de meia-noite , coleta de contos)
1874 - A Mão ea Luva
( A Mão ea Luva , romance)
1875 - Americanas
(poesia)
1876 - Helena (romance)
1878 - Iaiá Garcia (
Mistress Garcia ; romance)
1881 - Memórias
póstumas de Brás Cubas ( Memórias Póstumas de Brás Cubas , também conhecido em
Inglês como Epitáfio para um Pequeno Vencedor ; romance)
1882 - Papéis
Avulsos ( Papers individuais , coleta de contos)
1882 - O alienista
(também conhecida em Inglês como O alienista ou O psiquiatra ; novela)
1884 - Histórias Sem
Data ( Histórias sem data ; coleção de histórias curtas)
1891 - Quincas Borba
(também conhecida em Inglês como Filósofo ou cão? ; romance)
1896 - Varias
Histórias ( várias histórias ; coleção de histórias curtas)
1899 - Páginas
recolhidas ( Páginas retidos ; coleção de histórias curtas, incluindo O Caso da
Vara )
1899 - Dom Casmurro
( Sir Dour , romance)
1901 - Poesias Completas
(poesia completa)
1904 - Esaú e Jacó (
Esaú e Jacó ; romance)
1906 - Relíquias da
Casa Velha ( Relíquias da Casa Velha ; coleção de histórias curtas)
1908 - Memorial de
Aires ( Memórias do Conselheiro Aires , romance)
Títulos e honrarias
Membro da Academia
Brasileira de Letras (1896-1908).
Presidente da
Academia Brasileira de Letras (1897-1908).
Cavaleiro da Ordem
da Rosa (1867).
Oficial da Ordem da
Rosa (1888).
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