O romantismo é todo um período
cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século
XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.
O berço do romantismo pode ser
considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em
nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos
espalham-se pela Europa e pela América.
As características principais
deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor
platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este
período foi fortemente influenciado pelos ideais do Iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.
Artes Plásticas
Nas artes plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco
Goya e o francês Eugène Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes
artistas representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam
as emoções e os sentimentos em suas obras de
arte. Na Alemanha, podemos destacar
as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John
Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados pela Revolução Industrial.
Literatura
Foi através da poesia lírica que
o romantismo ganhou formato na literatura dos
séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas,
palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas
abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a
morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência
do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do
alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três
Mosqueteiros de Alexandre Dumas.
Música
Na música ocorre a valorização da
liberdade de expressão, das emoções e a utilização de todos os recursos daorquestra. Os assuntos de cunho popular, folclórico e nacionalista ganham importância nas músicas.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.
Teatro
Na dramaturgia o romantismo se
manifesta valorizando a religiosidade, o individualismo, o cotidiano, a
subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois
dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich von Schiller.
Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em
Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida
Garrett.
O ROMANTISMO NO BRASIL
O Romantismo no
Brasil teve como marco fundador a publicação do livro de poemas "Suspiros
poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836, e
durou 45 anos. Nos primórdios dessa fase literária, 1833, um grupo de jovens
estudantes brasileiros em Paris, sob a orientação de Gonçalves Magalhães e de
Manuel de Araújo Porto Alegre, inicia um processo de renovação das letras,
influenciados por Almeida Garret e pela leitura dos românticos franceses.
Em
1836, ainda em Paris o mesmo grupo de brasileiros funda a Revista Brasiliense
de Ciências, Letras e Artes, cujos dois primeiros números traziam como
epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o Brasil". Ainda no mesmo ano, no
Brasil - momento histórico em que ocorre o Romantismo, 14 anos após a sua
Independência - esse movimento é visível pela valorização do nacionalismo e da
liberdade, sentimentos que se ajustavam ao espírito de um país que acabava de
se tornar uma nação rompendo com o domínio colonial.
De 1823 a 1831, o
Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I:
a dissolução da Assembléia Constituinte; a Constituição outorgada; a
Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D.
Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a
abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É
neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado
de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.
Assim é que, a
primeira geração do Romantismo destaca-se na tentativa de diferenciar o
movimento das origens européias e adaptá-lo, de maneira nacionalista, à
natureza exótica e ao passado histórico brasileiros. Os primeiros românticos
eram utópicos.[1]Para criar uma nova identidade nacional, buscavam suas bases
no nativismo do período literário anterior, no elogio à terra e ao homem
primitivo. Inspirados em Montaigne e Rousseau idealizavam os índios como bons
selvagens, cujos valores heróicos tomavam como modelo da formação do povo
brasileiro.
Contexto histórico
Com o incremento da
industrialização e do comércio, notadamente a partir da Revolução Industrial do
século XVIII, a burguesia, na Europa, vai ocupando espaço político e ideológico
maior. As idéias do emergente liberalismo incentivam a busca da realização
individual, por parte do cidadão comum. Nas últimas décadas do século, esse
processo levou ao surgimento, na Inglaterra e na Alemanha, de autores que
caminhavam num sentido contrário ao da racionalidade clássica e da valorização
do campo, conforme normas da arte vigente até então. Esses autores tendiam a
enfatizar o nacionalismo e identificavam-se com a sentimentalidade popular.
Essas idéias foram o germe do que se denominou romantismo.
Algumas atitudes, e
outras consequentes delas, foram se consolidando e, ao chegarem à França,
receberam um vigoroso impulso graças à Revolução Francesa de 1789. Afinal,
essas tendências literárias individualistas identificavam-se amplamente com os
princípios revolucionários franceses de derrubada do absolutismo e ascensão da
burguesia ao poder, através de uma aliança com camadas populares. A partir daí,
o ideário romântico espalhou-se por todo o mundo ocidental, levando consigo o
caráter de agitação e transgressão que acompanhava os ideais revolucionários
franceses que atemorizavam as aristocracias europeias. A desilusão com esses
ideais lançaria muitos românticos em uma situação de marginalidade em relação à
própria burguesia. Mesmo assim, devemos associar a ascensão burguesa à ascensão
do Romantismo na Europa.
Em Portugal, os
ideais desse novo estilo encontram, a exemplo do que ocorrera na França, um
ambiente adequado ao seu teor revolucionário. Opunham-se naquele país duas
forças políticas: os monarquistas, que pretendiam a manutenção do regime
vigente, depois da expulsão das tropas napoleônicas que tinham invadido o país
em 1807; e os liberais, que pretendiam sepultar de vez a Monarquia. A Revolução
Constitucionalista do Porto, (1820) representou um marco na luta liberal, mas
os monarquistas conseguiram manter o poder durante todo o período, marcando com
perseguições as biografias de muitos escritores daquele país, quase sempre
adeptos do Liberalismo.
Assim a revolução
romântica alimenta-se, em Portugal, dessa revolução social e política. Os
primeiros românticos, Almeida Garret, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano
de Castilho, participam da Revolução Liberal e, vitoriosos em 1834, retornam do
exílio para implantar a nova literatura romântica. A segunda fase é
representada por Camilo Castelo Branco e a terceira geração (1860), por Júlio
Dinis, marca a fase de transição para o Realismo da década de 1870.
Fundamentos teóricos
Três fundamentos do
estilo romântico: o egocentrismo, o nacionalismo e liberdade de expressão.
Segundo Fabio Luiz Sobieski diz que; Romantismo, ainda chamado de Romanticismo,
foi um abalo artístico, político e filosófico aparecido nas derradeiras décadas
do século XVIII na Europa que persistiu por boa parte do século XIX,
diferenciando-se como uma visão de mundo adversa ao racionalismo e ao
iluminismo[2], procurou um nacionalismo que viria a materializar os estados
pátrios na Europa.
O egocentrismo:
também chamado de subjetivismo, ou individualismo. Evidencia a tendência
romântica à pessoalidade e ao desligamento da sociedade. O artista volta-se
para dentro de si mesmo, colocando-se como centro do universo poético. A
primeira pessoa ("eu") ganha relevância nos poemas.
O nacionalismo:
corresponde à valorização das particularidades locais. Opondo-se ao registro de
ambiente árcade, que se pautava pela mesmice, vendo pastoralismo em todos os
lugares, o Romantismo propõe um destaque da chamada "cor local", isto
é, o conjunto de aspectos particulares de cada região. Esses aspectos envolvem
componentes geográficos, históricos e culturais. Assim, a cultura popular ganha
considerável espaço nas discussões intelectuais de elite.
A liberdade de
expressão: é um dos pontos mais importantes da escola romântica. "Nem
regra , nem modelos "- afirma Victor Hugo, um dos mais destacados
românticos franceses. Pretendendo explorar as dimensões variadas de seu próprio
"eu", o artista se recusa a adaptar a expressão de suas emoções a um
conjunto de regras pré-estabelecido. Da mesma forma, afasta-se de modelos
artísticos consagrados, optando por uma busca incessante da originalidade.
Como decorrência da
supremacia do sujeito na estética romântica, o sentimentalismo ganha destaque
especial. A emoção supera a razão na determinação das ações das personagens
românticas. O amor, o ódio, a amizade o respeito e a honra são valores sempre
presentes.
Na sua luta contra a
racionalidade, o artista romântico valoriza todo e qualquer estado onírico,
isto é, dominado pelo sonho, pela fantasia e pela imaginação. São momentos de
suspensão passageira ou definitiva da razão que definem o ser humano passional,
dentro do Romantismo. Toda loucura é válida.
E se o mundo não
corresponde aos anseios românticos, o artista parte para a idealização criando
um universo independente, particular, original. Nesse universo ele deposita
suas aspirações de liberdade e à perfeição física. A figura da mulher amada,
por exemplo, será associada à sempre um exemplo moral a ser seguido pelos
leitores, por sua inteireza de caráter e sua moralidade irrepreensível.
Se de um lado temos
sempre a figura do herói associada ao Bem, de outro é quase obrigatória nos
romances a presença de um vilão, que encarna o Mal. Essa concepção moral de
oposição absoluta entre Bem e Mal recebe o nome de maniqueísmo. No romantismo,
o maniqueísmo constituiu mesmo a espinha dorsal das narrativas.
Normalmente,
associamos o Romantismo a imagens de inocência e lirismo, mas ele tem sua face
escura, tétrica e trágica. O pessimismo romântico aparece nas referências à
morte e no arrebatamento passional, que às vezes conduz à loucura ou aos finais
infelizes.
A Natureza, tão
fundamental no Neoclassicismo, ganhará contornos particulares no Romantismo. No
primeiro estilo, servia sempre como pano de fundo harmoniosos para o cenário
bucólico e pastoril. No segundo, acompanha os estados de espírito do poeta ou
das personagens dos romances. Assim, momentos de tristeza ou desilusão
corresponderão a paisagens lúgubres; bem como instantes de alegria aparecerão
sempre associados a imagens luminosas.
O romântico, ao
desenvolver um mundo particular, pode transformá-lo em seu espaço de fuga: é o
escapismo. As saídas, para o artista, são aquelas apontadas anteriormente: o
sonho, a morte, a Natureza exótica. Ainda dentro do escapismo, destaque-se um
espaço particular de fuga: o passado. Ele pode aparecer de forma pessoal,
associado à felicidade inocente da infância, ou de maneira mais social, nas
freqüentes alusões à Idade Média.
Características
Subjetivismo - A
pessoalidade do autor está em destaque. A poesia e a prosa romântica apresentam
uma visão particular da sociedade, de seus costumes e da vida como um todo.
Sentimentalismo - Os
sentimentos dos personagens entram em foco. O autor passa a usar a literatura
como forma de explorar sentimentos comuns à sociedade, como: o amor, a cólera,
a paixão etc. O sentimentalismo geralmente implica na exploração da temática
amorosa e nos dramas de amor.
Nacionalismo,
ufanismo - Surge a necessidade de criar uma cultura genuinamente brasileira.
Como uma forma de publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam
expressar uma opinião, um gosto, uma cultura e um jeito autênticos, livres de
traços europeus.
Maior liberdade formal
- As produções literárias estavam livres para assumir a forma que quisessem, ou
seja, entrava em evidência a expressão em detrimento da estrutura formal
(versificação, rimaetc).
Vocabulário mais
brasileiro - Como um meio de criar uma cultura brasileira original os artistas
buscavam inspiração nas raízes pré-coloniais utilizando-se de vocábulos
indígenas e regionalismos brasileiros para criar uma língua que tivesse a cara
do Brasil.
Religiosidade - A
produção literária romântica, utiliza-se não só da fé católica como um meio de
mostrar recato e austeridade, mas utiliza-se também da espiritualidade,
expressando uma presença divina no ambiente natural.
Mal do Século - Essa
geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a
denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros
como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
Evasão - O artista
romântico (do ultrarromantismo) interpretava o mundo como cruel e
frequentemente buscava a fuga da sociedade que não o aceitava.
Indianismo - O autor
romântico utilizava-se da figura do índio como inspiração para seu trabalho,
depositando em sua imagem a confiança num símbolo de patriotismo e brasilidade,
adotando o indígena como a figura do herói nacional (bom selvagem).
A idealização da
realidade - A análise dos fatos, das aparências, dos costumes etc era muito
superficial e pessoal, por isso era idealizada, imaginada, assim o sonho e o
desejo invadiam o mundo real criando uma descrição romântica e mascarada dos
fatos.
Escapismo - Os
artistas românticos procuravam fugir da opressão capitalista gerada pela
revolução burguesa (revolução industrial). Apesar de criticarem a burguesia, os
artistas tinham que ser sutis pois os burgueses eram os mecenas de sua
literatura e por isso procuravam escapar da realidade através da idealização. As formas de escape
seriam as seguinte: Fuga no tempo, Fuga no sonho e na imaginação, Fuga na
loucura , Fuga no espaço e Fuga na morte.
O culto à natureza -
Com a busca de um passado indígena e de uma cultura naturalmente brasileira
surge o culto ao natural, aos elementos da natureza, tão cultuados pelos
índios. Passava-se a observar o ambiente natural como algo divino e puro.
A idealização da
Mulher (figura feminina)- a mulher era a fonte de toda a inspiração. Era
intocável, vista como um anjo em que jamais poderiam desfrutar de suas
características puras e angelicais.
A POESIA ROMÂNTICA
No Brasil, a poesia
romântica é marcada, num primeiro momento, pelo teor patriótico, de afirmação
nacional, de compreensão do que era ser brasileiro, ou pela expressão do eu,
isto é, pela expressão dos sentimentos mais íntimos, dos desejos mais pessoais,
diferente do ideal de imitação da natureza presente na poesia árcade. Isto tudo
seguido de uma revolução na linguagem poética, que passou a buscar uma
proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema
"Invocação do Anjo da Poesia", Gonçalves de Magalhães diz que vai
abandonar as convenções clássicas (cultura grega) em favor do sentimento
pessoal e do sentimento patriótico.
A poesia romântica
surge em meio aos fervores independentistas da primeira metade do século XIX,
tendo como marco inicial a obra de Gonçalves de Magalhães, "Suspiros
Poéticos e Saudades". Apesar de servir como marco de início do romantismo
no Brasil, a obra "Suspiros Poéticos e Saudades" não apresenta grande
notoriedade ou importância no cenário artístico poético do romantismo
brasileiro assim como as outras obras de Gonçalves de Magalhães. De acordo com
as características e vertentes assumidas por cada poeta romântico, a poesia
romântica pode ser dividida em:
1 - Primeira geração - Indianista ou Nacionalista
Influência direta da
Independência do Brasil (1825)
Nacionalismo,
ufanismo
Exaltação à natureza
e à pátria
O Índio como grande
herói nacional
Sentimentalismo
Principais poetas
Domingos José
Gonçalves de Magalhães (1811 a 1882)
Manuel de Araújo
Porto Alegre (1806 a 1879)
Antonio Gonçalves
Dias (1823 a 1864)
2 - Segunda geração - Ultrarromantismo ou Mal do
Século
Egocentrismo
Ultrarromantismo -
Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado.
Byronismo - Atitude
amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada
ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma
forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada
para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o
mundo é egocêntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
Spleen - Termo
inglês que traduz o tédio, o desencanto, a insatisfação e a melancolia diante
da vida (significa, literalmente, "baço").
Mal do Século
Fuga da realidade,
evasão - Através da morte, do sonho, da loucura, do vinho, etc.
Satanismo - A
referência ao demônio, as cerimônias demoníacas proibidas e obscuras. O inferno
é visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra.
A noite, o mistério
- Preferência por ambientes fúnebres, noturnos, misteriosos, apropriados aos
rituais satânicos e à reflexão sobre a morte, depressão e solidão.
Mulher idealizada,
distante - A figura feminina é freqüentemente um sonho, um anjo, inacessível. O
amor não se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar.
Principais poetas
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Junqueira Freire
Fagundes Varela
3 - Terceira geração - Condoreira
1888 - Abolição da
Escravatura
1889 - Proclamação
da República
Influenciada pelos
acontecimentos sociais, discursa sobre liberdade, questões sociais, o
abolicionismo.
Uso de exclamações,
exageros, apóstrofes.
Mulher presente,
carnal.
Volta-se para o
futuro, progresso.
Luta pela liberdade,
temáticas sociais.
Ainda fala sobre o
amor.
O condor simboliza a
liberdade, por isso geração condoreira.
Principais poetas
Castro Alves -
"O Poeta dos Escravos"
Sousândrade"o
Poeta da transição" considerado o poeta "divisor de águas" entre
o Romantismo e a nova escola o Realismo.
A PROSA ROMÂNTICA
A prosa romântica
inicia-se com a publicação do primeiro romance brasileiro "O Filho do
Pescador", de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa em 1843. O primeiro
romance brasileiro em folhetim foi "A Moreninha", de Joaquim Manuel
de Macedo, publicado em 1844. O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma
"adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca
européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.
O Romance brasileiro
poderia ser dividido em duas fases: Antes de José de Alencar e Pós-José de
Alencar, pois antes desse importante autor as narrativas eram basicamente
urbanas, ambientadas no Rio de Janeiro, e apresentavam uma visão muito
superficial dos hábitos e comportamentos da sociedade burguesa.
E com José de
Alencar surgiram novos estilos de prosa romântica como os romances regionalistas,
históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista. Os
romances brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao
agradável: A estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários
facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro(cafés, teatros, ruas de
cidades como o Rio de Janeiro).
O sucesso também se
deve ao fato de que os romances eram feitos para a classe burguesa, ressaltando
o luxo e a pompa da vida social burguesa e ocultando a hipocrisia dos costumes
burgueses. Por isso pode-se dizer que, no geral, o romance brasileiro era
urbano, superficial, folhetinesco e burguês. Dentre os vários romancistas
românticos brasileiros, merecem destaque:
Joaquim Manuel de Macedo
Célebre por dar
início à produção prosaica do romantismo brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo
ou Dr. Macedinho, como era conhecido pelo povo, escreveu um dos mais populares
romances da literatura romântica do Brasil. O romance "A moreninha"
fez um enorme sucesso dentre a classe burguesa brasileira que se sentia
extremamente agradada por um novo projeto de literatura: A literatura original
do Brasil. Uma literatura que continuava a seguir os padrões das histórias de
amor européias tão populares entre a classe burguesa, mas que ao mesmo tempo
inovava ao trazer tais histórias tão clássicas para ambientes legitimamente
brasileiros que faziam os leitores identificarem os ambientes mencionados.
Trata-se de um escritor que estava voltado para as narrativas urbanas e tinha
como foco a cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, e a alta
sociedade carioca em seus saraus e festas sociais. Seus romances em forma de
folhetim, eram como as atuais telenovelas, só que escritos em episódios num
jornal. As obras de Joaquim Manuel de Macedo apresentam uma visão superficial
dos hábitos e comportamentos dos jovens da época, buscando ilustrar a pompa e o
luxo da alta classe capitalista, e com isso, escondendo a hipocrisia e a
dissimulação da burguesia. A grande importância de sua obra é em despertar no
público brasileiro, o gosto pela produção literária nacional, ambientada em
cenários facilmente identificáveis. Seus romances posteriores a "A
moreninha" seguem sua mesma "fórmula". Dentre as principais
obras de Joaquim Manuel de Macedo estão:
A Moreninha - É a
história de um rapaz burguês que vai estudar medicina no Rio de Janeiro.
Morando em uma república estudantil, Augusto, faz vários amigos, dentre eles
Filipe que o convida para veranear na Ilha de Paquetá. Augusto aceita o
convite, e ele e seus amigos apostam que ele não se apaixonaria por nenhuma
moça, caso o fizesse, teria de escrever romances de amor revelando sua paixão.
Augusto, contra a aposta com seus amigos, inevitavelmente se apaixona por Dona
Carolina, irmã de Filipe, que recusa enamorar-se com Augusto pois em sua
infância havia jurado amor eterno a um certo menino e Augusto, curiosamente,
também havia jurado amor eterno e casamento a uma certa menina. Por fim, ao
descobrirem que um era a paixão infantil do outro, entregam-se a esse
sentimento. A pureza e discrição dos personagens, assim como a beleza de um
amor pudico, conquistaram os leitores burgueses tornando esse romance um dos
maiores sucessos do romantismo brasileiro. O Moço Loiro - As
vítimas-algozes
José de Alencar
José de Alencar é
considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos
românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural
brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do
cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo
e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos
da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público
alvo. Sua obra pode ser fragmentada em três categorias:
Romances Urbanos
Romances ambientados
no Rio de Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo e
a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica
sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São
exemplos de romances urbanos de José de Alencar:
Senhora - Faz
crítica ao casamento por interesse, à hipocrisia, à cobiça e à soberba
burguesa.
Lucíola - Critica o
fato de a burguesia, que financia a prostituição durante a noite, ter aversão
às mesmas durante o dia.
Diva - Ressalta a
beleza das jovens e ricas burguesas, o virtuosismo e a pureza e, em contrapartida,
critica o casamento por interesse financeiro.
Romances Regionalistas
Narrativas que se
sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que
acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos
influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus
romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias
narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as
regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são
romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do
Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros,
expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José
de Alencar: O Gaúcho - O Sertanejo - O Tronco do Ipê
Romances Históricos e Indianistas
Romances que revelam
a preocupação de José de Alencar em exibir o índio como herói nacional.
Enquanto os autores românticos da europa retratavam o saudosismo através de
menções à época medieval, no Brasil, Alencar procurou buscar na cultura
indígena brasileira o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem
uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio como
símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural. Pode-se dizer que
suas narrativas tendiam ao estilo poético por entrelaçar o caráter básico da
prosa com o lirismo do gênero poético. Em resumo, suas obras utilizam o
indianismo como forma de revelar um conceito mais original de brasilidade e
criar um projeto de língua brasileira. Dentre as obras mais importantes de José
de Alencar nesse ramo do romantismo, estão: O Guarani - Ubirajara -
As Minas de Prata - Iracema
A Importância da Obra de José de Alencar
Considerado o mais
importante escritor do Romantismo brasileiro, é ele quem consegue expressar o
perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção
literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura
brasileira original, ampla e de boa qualidade. E por isso foi o autor que mais
se aproximou do objetivo da escola romântica, mesclando a idealização e o sonho
com um realismo sutil, valorizando os elementos naturais da cultura brasileira
e o índio como figura-mãe da original cultura brasileira. Suas obras foram
capazes de inspirar nos burgueses o gosto pela leitura nacional e também, de
inspirar diversos autores a seguir caminhos por ele traçados, concretizando
assim seu projeto nacionalista de revelar o Brasil num todo.
Bernardo Guimarães
Considerado um dos
mais importantes regionalistas românticos brasileiros, opta por seguir um dos
caminhos traçados por José de Alencar ambientando suas tramas nos estados de
Minas Gerais e Goiás. Suas obras conservam o caráter linear romântico,
apresentando a estrutura folhetinesca típica de sua época; prezam pela
valorização do pitoresco e do regional, resgatando os hábitos típicos da
sociedade imperial. Caracteriza-se por usar, por vezes, a linguagem oral em sua
obra e fazer críticas sutis aos sistemas patriarcal, clerical e escravocrata do
Brasil Império. Entres suas principais obras, destacam-se:
A Escrava Isaura -
Fez grande sucesso enquanto livro, tão notável que foi adaptado como novela da
Rede Globo e da Rede Record. Bernardo Guimarães tentou criticar a escravatura
no Brasil, patrocinando, através de sua obra, o abolicionismo, no entanto sua
crítica se mostrou um tanto malsucedida pois a personagem principal, Isaura,
era uma escrava branca, e a antagonista, uma mucama negra, o que incitou nos
leitores uma raiva da personagem negra e um sentimento de pena e compaixão da
escrava branca Isaura. Pode-se dizer que não atingiu seu objetivo realista
devido a sua crítica equivocada, mas conquistou enorme admiração e já nos
permite identificar traços de uma literatura brasileira mais realista.
Apresenta o caráter sentimentalista romântico das histórias de amor terminando
com seu devido final feliz.
O Seminarista - Não
tão notório quanto a obra acima, mas não por isso perdeu seu valor literário.
Critica o sistema patriarcal da época e principalmente o sistema clerical,
mencionando a inadequação do jovem à vida religiosa imposta pela família. Assim
como "A escrava Isaura", é uma história de amor, que permite-nos
observar sentimentos em conflito com uma realidade imposta pela sociedade (o
jovem que não pode amar pois fora forçado a ser padre por sua família). Ao
contrário da primeira obra, apresenta um final trágico no qual o protagonista
enlouquece ao saber da morte de sua amada.
Franklin Távora
Um dos mais
importantes escritores do romance regionalista brasileiro, Franklin Távora foi
o primeiro autor romântico a escrever sobre o cangaço nordestino e um dos mais
assíduos críticos do romantismo de José de Alencar pois acreditava num
romantismo mais realista, menos idealizado, tanto que suas obras oscilam entre
o romântico e o realista. Sua literatura era baseada no "Projeto de uma
Literatura do Norte", o que ele fez foi explorar as regiões Norte e
Nordeste do Brasil, apoiado em sua teoria de que essas eram as regiões mais
brasileiras por serem as menos exploradas pelos brancos europeus, conservando
assim um caráter mais típico e mais real da cultura do Brasil. Suas obras
valorizavam bastante a questão regional, prezando pelo pitoresco e peculiar das
regiões que se preocupou em retratar, assim ele pode expressar os costumes, as
características e a realidade, até então pouco explorados, da população do
interior do Brasil de forma detalhada e realista. Os romances de Franklin
Távora são marcados por sua objetividade, característica do realismo, e por uma
análise justa do ambiente que procurava descrever, e devido a esses fatores sua
produção literária, pode-se dizer, que oscila entre o romantismo e o realismo.
Apesar de um grande envolvimento com a causa realista, a obra de Franklin
Távora é considerada romântica devido ao fato de conservar o caráter linear e a
temática amorosa que marcam a escola romântica brasileira. Dentre seus
principais romances estão:
O Cabeleira -
Trata-se de seu romance mais importante. Sua história se desenrola sobre a
temática do cangaço nordestino, tendo como protagonista o Cabeleira, o chefe de
um bando de cangaceiros assaltantes. O Cabeleira termina por largar o
banditismo em favor de seu amor por Luizinha. Apresenta fortes traços de
realismo por ser justo e fiel aos fatos e ao ambiente, no entanto permanece
idealizador na questão sentimental, cuja idéia principal é que o amor quebra
qualquer barreira.
Visconde de Taunay
Outro importante
autor da vertente regionalista do romantismo brasileiro, que tomou por cenário
de suas narrativas a província de Mato Grosso. Sua obra caracteriza-se pela
precisão de detalhes e pela descrição minuciosa da paisagem mato-grossense,
abusando de detalhes sobre a flora, a fauna e o relevo do cerrado central do
Brasil. Seus romances apresentam a habitual estrutura romântica linear e
acessórios realistas. Caracterizados por estarem integrados à vertente
sertanista, preocupando-se em retratar de forma rica e real o ambiente
particular da região centro-oeste brasileira. Dentre as principais de obras de
Visconde de Taunay estão:
Inocência - O
romance tem como protagonistas a pura e ingênua Inocência, que é vendida pelo
pai ao fazendeiro Manecão, e Cirino, um curandeiro que se finge de médico para
ganhar a vida e que numa de suas "consultas" cura Inocência e entrega
uma carta ao pai da moça, Seu Pereira. Inocência e Cirino se apaixonam, e a
frágil moça se torna forte em nome de seu real amor, num de seus encontros
amorosos o casal é descoberto o que leva Seu Pereira e Manecão a planejarem uma
emboscada para Cirino. Cirino e Inocência terminam mortos. Visconde de Taunay
inova por apresentar um desfecho infeliz com a morte dos dois protagonistas.
Manuel Antônio de Almeida
O que melhor
descreve a sua importância no romantismo brasileiro é o seu envolvimento com o
romance de costumes. Sua obra procurou retratar os hábitos, a moda, o folclore
e a religiosidade das classes populares do início do século XIX, desmascarando
violentamente a baixa sociedade brasileira colonial, o que a torna singular
dentre as obras românticas que procuraram tratar dos costumes e dos valores da
alta sociedade imperial. Seu romance de costumes ironizava os padrões e normas
românticos, criticava a desequilibrada baixa classe brasileira sarcasticamente
e pôs em crise a idealização romântica devido ao fato de seus personagens serem
malandros, cafajestes e praticamente marginais. Um dos principais traços da
obra de Manuel Antônio de Almeida é o predomínio do humor sobre o dramático,
suas personagens eram caricaturizadas, com ênfase aos seu defeitos, os
acontecimentos da trama desmentiam as aparências das personagens (o quebra mais
um padrão romântico cujas obras apresentavam acontecimentos que validavam as
aparências das personagens). Seu romance era Picaresco, relativo a picadeiro,
ou seja, eram romances cômicos e tendiam ao patético, substituindo o dramático
habitual do romantismo por um humor crítico e sagaz. Sua produção apresenta uma
ausência da tragédia humana em função de quebrar mais um cacoete romântico.
Caracteriza-se como autor precursor do realismo por sua objetividade e sua
descrença nos valores sociais, destruindo assim, o caráter subjetivo e
bajulador do romantismo. Apesar de toda essa quebra de valores, não só a sua
localização temporal, mas também a presença da linearidade e a proteção dos
valores burgueses, encaixam a sua obra dentro do romantismo brasileiro. Dentre
as obras de Manuel Antônio de Almeida destaca-se:
Memórias de um
Sargento de Milícias - Conta a história de Leonardo, um homem que conta as
memórias de sua vida desgraçada. Filho de Leonardo Pataca e Maria das Hortaliças,
Leonardo foi abandonado ainda criança por sua mãe, que fugiu com um marinheiro,
e por seu pai que não o queria. Passou a viver com o padrinho que não tinha
filhos e o criara com muita dedicação, encobrindo todas as suas travessuras.
Era um menino insuportável. Mais tarde torna-se um boêmio arruaceiro, que quase
sempre era preso e logo depois solto teve por um bom tempo o sargento Vidigal
em sua cola. Devido a essa freqüência na cadeia, Leonardo cria amizades no meio
militar e logo, por apadrinhamento, ganha a patente de sargento de milícias.
Após ganhar tal cargo, decide-se casar para fazer jus à sua patente casa-se com
Luisinha que estava recém viúva e foi o primeiro amor na sua adolescência.
"Memórias de um Sargento de milícias" causou um grande impacto no
público burguês, sendo lido principalmente por intelectuais da literatura da
época e alcançando o ápice de sucesso após a morte de Manuel Antônio de Almeida
em um naufrágio. A narrativa é linear, apesar de "começar pelo
final", é farta de humor, e o núcleo principal caracteriza-se pela falta
de classe e de valores.
O TEATRO NO ROMANTISMO
O teatro no Brasil, até então, era proveniente da
Europa e tinha como principal objetivo agradar às elites brasileiras, que
transformavam as apresentações em verdadeiros eventos sociais, principalmente
nas grandes cidades. Embora alguns escritores já houvessem se arriscado na
dramaturgia brasileira, como Castro Alves e José de Alencar, cujas obras eram
baseadas nas europeias, ainda não havia uma discussão sobre o perfil do teatro
brasileiro. Foi apenas com Martins Pena que o teatro passou a refletir as cenas
e as problemáticas da realidade brasileira.
Martins Pena (1815 - 1848)
Luís Carlos Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro,
em 1815 e faleceu em Lisboa, em 1848. Proveniente de uma família abastada,
nasceu no Rio de Janeiro e faleceu na cidade de Londres, na Inglaterra, Martins
Pena é patrono da Academia Brasileira de Letras.
Suas obras
estão classificadas no gênero "comédia de costumes", inaugurado por
ele, e se empenham no retrato de situações cômicas da realidade brasileira
compondo uma espécie de sátira social. Além disso, é responsável por criar
tipos característicos e situações peculiares tanto no ambiente urbano quanto no
ambiente rural. O malandro, o estrangeiro e a mulher (responsável por
"segurar as pontas" da família), são talvez seus personagens mais
característicos.
No retrato do ambiente urbano, Pena trabalha na
sátira dos costumes da classe média carioca do século XIX, principalmente, com
relação aos relacionamentos amorosos e a busca pela ascenção social. Pena
escreve para as camadas mais populares, decorrendo daí a sua popularidade.
Escreveu, durante sua curta vida, cerca de 28 peças tendo 19 delas sido
encenadas na época.
Suas peças mais famosas são: O juiz de paz na roça
(1842), Casadas solteiras (1845) e Os dois ou o inglês maquinista (1871).
www.suapesquisa.com
Romantismo no
Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_no_Brasil
- 80k –
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